
As exportações brasileiras de açúcar voltaram a registrar baixas em julho. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram despachadas 3,58 milhões de toneladas no mês, retração de 4,9% ante as 3,77 milhões de toneladas que deixaram o país no mesmo período de 2024. Na comparação com junho, por outro lado, houve um acréscimo de 6,3%.
Os dados detalhados de exportações foram divulgados pela secretaria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) na última quarta-feira, 6.
O preço da commodity manteve a tendência de queda vista nos meses anteriores, também de acordo com os números apresentados. Em julho, o açúcar foi negociado a US$ 409,76 por tonelada, baixa de 3,9% no mês e de 10,9% no ano. Desta forma, a receita mensal chegou a US$ 1,47 bilhão, queda de 15,3% em relação ao ano passado.
Do total exportado no mês, 3,13 milhões de toneladas eram de açúcar bruto, queda anual de 5,4%. O preço médio foi de US$ 403,94/t (-10,2%), o que resultou em uma receita de US$ 1,26 bilhão (-15%).
As 449 mil toneladas restantes eram do produto refinado, retração de 1,9% em relação a julho de 2024. Neste caso, o preço médio ficou em US$ 450,37/t (-15,6%), gerando um faturamento de US$ 202,17 milhões (-17,2%).
No mês, os principais destinos do açúcar brasileiro foram: China (455,52 mil toneladas); Índia (305,16 mil t); Argélia (232,22 mil t); Malásia (230,83 mil t); e Egito (198,15 mil t).
Entre janeiro e julho, o Brasil exportou 16,45 milhões de toneladas de açúcar, 19,7% abaixo do volume visto nos setes primeiros meses de 2024. Já o preço médio passou por uma retração de 10,9%, para US$ 447,40/t, totalizando uma receita de US$ 7,36 bilhões (-28,4%).
Taxação dos EUA
Em julho, o presidente dos Estados Unidos anunciou uma taxa de 50% para a importação de produtos do Brasil.
Analistas do Citi afirmaram ver poucos efeitos para as commodities sob a cobertura do banco, exemplificando que, embora o país norte-americano seja um grande importador de açúcar, grande parte não é de origem brasileira devido às cotas que limitam este comércio.
A Datagro, por sua vez, calculou que a tarifa geraria um custo extra de, aproximadamente, US$ 27,9 milhões por ano apenas para as exportações brasileiras do adoçante feitas pela cota tarifária. A consultoria considerou um volume de 150 mil toneladas, vendidas a US$ 371 por tonelada e somadas à tarifa de 50%.
A taxação pode, inclusive, tornar a produção de açúcar orgânico inviável, segundo o criador da Native, Leontino Balbo Júnior. O país norte-americano é o principal consumidor deste produto.
No dia 30, um decreto assinado pela Casa Branca isentou alguns produtos da taxação, mas o açúcar e o etanol ficaram de fora. Entretanto, mesmo com os encargos previstos para entrar em vigor no início de agosto, o movimento de cargas no porto de Santos (SP) foi recorde em julho.
No último mês, os Estados Unidos importaram 41,4 mil de toneladas de adoçante brasileiro, queda de 19,9% em relação às 51,67 mil toneladas adquiridas em junho. Já na comparação anual houve uma retração de 54,4% – em julho de 2024, o país norte-americano negociou 90,88 mil toneladas de açúcar com o Brasil.
Fonte: NovaCana