Em uma movimentação contrária à do mercado de açúcar, as exportações brasileiras de etanol cresceram em julho. No mês, 172,68 milhões de litros do biocombustível foram destinados a outros países, alta de 31,4% ante os 131,43 milhões de litros exportados em julho de 2024. Na comparação com junho, por sua vez, o acréscimo foi de 31,9%.
Os dados detalhados de exportações foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) na última quarta-feira, 6.
Já o preço médio passou por uma nova queda, de 4,9% no mês e de 5% no ano, para US$ 532,01 por metro cúbico. Ainda assim, com o maior volume negociado, a receita mensal teve alta anual de 24,8, para US$ 91,86 milhões.
No período, os principais destinos do etanol brasileiro foram: Coreia do Sul (100,81 mil litros); Estados Unidos (28,23 mil litros); Índia (20,21 mil litros); Países Baixos (9,86 mil litros); e Camarões (5,63 mil litros).
Entre janeiro e julho, foram exportados 901,68 milhões de litros do etanol brasileiro, 20% abaixo do mesmo recorte de 2024. O preço médio, por outro lado, passou por uma alta de 3,1%, para US$ 576,92/m³, somando um faturamento de US$ 520,19 milhões.
Taxação dos Estados Unidos
No mesmo mês, o presidente dos Estados Unidos anunciou uma taxa de 50% na importação de produtos brasileiros.
Analistas do Citi afirmaram ver poucos efeitos para as commodities sob a cobertura do banco, exemplificando que os EUA, apesar de serem um grande produtor do biocombustível, importam do Brasil, que oferece um produto com uma menor pegada de carbono. Caso as importações parem, eles acreditam que o volume pode ser redirecionado a outros compradores.
A Datagro, por outro lado, calculou que a tarifa geraria um custo extra de, aproximadamente, US$ 90,9 milhões por ano para as exportações brasileiras do biocombustível. Segundo a consultoria, foram destinados 309,72 milhões de litros de etanol do Brasil para os Estados Unidos em 2024, a um preço médio de US$ 0,587 por litro.
No dia 30, um decreto assinado por Donald Trump isentou alguns produtos da taxação, mas o açúcar e o etanol ficaram de fora. Entretanto, mesmo com os encargos previstos para entrar em vigor no início de agosto, o movimento de cargas no porto de Santos (SP) foi recorde no último mês.
Em julho, os Estados Unidos importaram 28,23 mil litros do biocombustível brasileiro, mantendo uma estabilidade em relação a junho. Em comparação com os 30,66 mil litros adquiridos em julho de 2024, em contrapartida, houve uma retração de 7,9%.
Por Giully Regina
Fonte: NovaCana
