Preço dos CBios tem queda de 1,3% na segunda quinzena de julho, para R$ 60,99


Na metade final de julho, o preço médio dos créditos de descarbonização (CBios), vinculados ao RenovaBio, voltou a contabilizar retrações. No período, os títulos foram negociados por R$ 60,99, registrando uma queda de 1,3% em relação à quinzena anterior.

O valor também está 10,6% abaixo da média de 2025, de R$ 68,23 por CBio. Além disso, em comparação com a média histórica, de R$ 84,85, a diminuição chega a 28,1%. Os números são resultados de cálculos realizados pelo NovaCana com base nos dados da bolsa de valores brasileira B3, a única entidade registradora do programa.

Nas últimas semanas de julho, o preço diário oscilou entre R$ 57,81 e R$ 64,30. O maior valor foi visto no dia 18, e o menor no dia 29. De acordo com a B3, ocorreram 2,69 mil negociações no período, movimentando 4,38 milhões de créditos.

Ainda conforme a bolsa de valores brasileira, de janeiro a julho, o volume financeiro das negociações alcançou R$ 3,23 bilhões. O montante ficou 29,3% abaixo do visto no mesmo recorte de 2024, quando foram movimentados R$ 4,7 milhões. O cenário pode ser justificado pelos preços, que estiveram em queda no decorrer deste ano.

“Os números refletem todas as operações de compra e venda envolvidas em um ciclo de negociação. Assim, no caso de intermediações realizadas por corretoras ou outras instituições, primeiro é realizada uma operação de compra das quantidades e, depois, uma operação de venda para o investidor final”, explica a B3.

Emissões

Entre 16 e 31 de julho, as usinas certificadas no RenovaBio emitiram 1,97 milhão de CBios, retração de 11,7% na comparação anual. Já no acumulado do ano, as sucroenergéticas participantes emitiram 24,87 milhões de títulos, alta de 1,9% em relação ao mesmo período de 2024.

De acordo com a ANP, 336 usinas estão atualmente certificadas para a emissão dos créditos do RenovaBio. Destas, quatro fabricam biometano e outras 39, biodiesel.

Dentre as 293 usinas de etanol certificadas, 277 utilizam apenas a cana-de-açúcar como matéria-prima; oito processam cana e milho; sete apenas milho; e uma produz biocombustível de primeira e de segunda geração de forma integrada. Desde o início do programa até agora, 183,6 milhões de CBios já foram emitidos pelas sucroenergéticas.

Posse e aposentadoria

Em 31 de julho, a B3 fechou a sessão com 29,38 milhões de créditos em circulação. O montante representa 59,5% da meta estipulada para 2025, de 49,36 milhões de CBios.

O objetivo anual, atualizado em março pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), inclui os 10,49 milhões de CBios que ficaram pendentes do ano passado. Além disso, foram descontados os 1,52 milhão de créditos abatidos das metas individuais das distribuidoras que cumpriram contratos de longo prazo com produtores de biocombustíveis.

Do total de CBios disponíveis no mercado ao final da quinzena, 52,8%, ou 15,51 milhões, estavam em posse das usinas certificadas no RenovaBio. Já as distribuidoras detinham 13,63 milhões, ou 46,4%. Assim, os 236,78 mil créditos restantes (0,8%) estavam com investidores sem metas.

Na segunda quinzena de julho, 375,29 mil créditos foram aposentados, alta de 49,6% em relação aos 250,81 mil títulos que saíram de circulação no mesmo período de 2024. Entre janeiro e julho, 11,94 milhões de CBios saíram do mercado. Ou seja, apenas 24,2% da meta foi realmente alcançada até agora.

Somando os créditos disponíveis, os que foram retirados de circulação em 2025 e os 181 mil títulos que foram aposentados de forma antecipada no ano passado, o volume total chega a 41,51 milhões de CBios, ou 84,1% do objetivo atual.

De acordo com a B3, as últimas aposentadorias por companhias sem metas a cumprir no programa ocorreram em março. No dia 12, foram retirados circulação 23 mil créditos e, no dia 14, outros 200.

Segundo as regras do RenovaBio, a retirada de títulos feita pelas partes não obrigadas pode ser deduzida dos objetivos finais do programa. Com isso, as aposentadorias feitas durante o ciclo 2025 devem ser contabilizadas no próximo ano.

Por Giully Regina

Fonte: NovaCana