
As tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos devem entrar em vigor em uma semana, conforme decreto assinado ontem, 30, pelo presidente Donald Trump. Embora alguns alimentos, minérios e produtos de energia e aviação civil estejam isentos do adicional de 40%, a relação não inclui açúcar e etanol.
O presidente da Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio), Renato Cunha, relata que o Brasil tem encontrado dificuldades para negociar. Ele contou ao jornal Folha de São Paulo que foi aos EUA acompanhando um grupo de senadores brasileiros, mas não ficou satisfeito com os resultados.
“Os senadores fizeram um trabalho providencial com seus pares nos Estados Unidos, mostrando as relações com o Brasil, mas foi difícil. O fato é que não teve agenda técnica. O governo americano não abriu as portas para receber a gente”, afirmou Cunha.
Segundo a apuração realizada pela Folha, a comitiva incluía nomes como Jaques Wagner (PT-BA), Tereza Cristina (PP-MS), Nelsinho Trad (PSD-MS), Rogério Carvalho (PT-SE), Carlos Viana (Podemos-MG), Fernando Farias (MDB-AL), Esperidião Amin (PP-SC) e Marcos Pontes (PL-SP).
A presença de Cunha se justifica porque, até então, o Brasil possuía uma cota para exportação de açúcar com isenção de tarifas. Anualmente, 146,61 mil toneladas de açúcar são rateadas pelo Ministério da Agricultura entre as unidades das regiões Norte e Nordeste. Em abril, entretanto, estes despachos passaram a ser tarifados em 10%; agora, a perspectiva é subir para 50%.
De acordo com Cunha, a taxação pode afetar os empregos no setor, que atualmente somam 270 mil em 250 municípios na região Nordeste. “O que estamos vendo é uma desconsideração enorme por uma relação comercial que já dura mais de 60 anos”, disse Cunha.
Ainda assim, ele completa: “Não adianta ficar chorando. Vamos negociar com altivez e segurança. A relação comercial com as tradings é construtiva”.
Com informações da Folha de São Paulo
Fonte: NovaCana