Preços nos postos: Mato Grosso do Sul passa a ter o etanol mais barato do país

Abastecimento de combustível em posto – Foto: Divulgação/Petrobras

Por Gabrielle Rumor Koster 

Entre os dias 20 e 26 de julho, os preços do etanol e da gasolina caíram na média nacional. O biocombustível foi negociado por R$ 4,14/L, queda de 0,2% ante os R$ 4,15/L da semana anterior; já o seu concorrente fóssil foi vendido a R$ 6,20/L, baixa de 0,3% ante os R$ 6,22/L anteriores.

Os números divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) levam em conta não somente o que é observado nos postos, mas também os volumes vendidos. Dessa forma, grandes mercados consumidores têm maior representatividade no resultado.

Assim, o preço do renovável se manteve dentro da faixa considerada economicamente favorável para o consumidor. Conforme a ANP, a relação entre o valor do etanol e o da gasolina foi de 66,8% na média nacional, levemente superior aos 66,7% da semana anterior. Considerando as médias estaduais, o biocombustível é tido como competitivo em sete estados.

De 21 a 25 de julho, o hidratado foi vendido pelas usinas de São Paulo a R$ 2,5448/L, elevação de 0,8% ante os R$ 2,5239/L da semana anterior. As usinas goianas também passaram por uma alta de 0,4%, enquanto as mato-grossenses registraram uma baixa de 0,3%. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP.

Variações nos estados

Em relação ao valor nos postos, a amostragem de municípios tem mudado a cada análise. No período mais recente, já contemplando o corte amostral divulgado, a pesquisa da ANP foi feita em 271 cidades brasileiras, nove a menos do que na semana anterior.

De acordo com a ANP, de 20 a 26 de julho, os preços médios do etanol caíram em 15 estados e no Distrito Federal, aumentaram em cinco e ficaram estáveis em seis. Já os da gasolina tiveram queda em 17 unidades da federação, subiram em seis e se mantiveram em quatro.

Em São Paulo, o valor médio do biocombustível caiu 0,3%, para R$ 3,95/L, enquanto o da gasolina reduziu 0,2%, para R$ 6,05/L. Assim, a relação entre os valores ficou em 65,3%, um patamar considerado economicamente favorável para o renovável.

Em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 4,06/L, queda de 5,6%. Já a gasolina caiu 1,6%, para R$ 6,11/L. Dessa forma, a relação entre os preços dos combustíveis foi de 66,4%, com vantagem econômica para o consumo do renovável.

Por sua vez, em Minas Gerais, os preços do etanol e da gasolina baixaram 0,2%, para R$ 4,19/L e R$ 6,16/L, respectivamente. Nesse caso, o renovável custou o equivalente a 68% do preço do combustível fóssil, com o biocombustível sendo considerado competitivo.

Em Mato Grosso, o valor médio do etanol teve elevação de 8,4%, para R$ 3,98/L, enquanto a gasolina subiu 2,8%, para R$ 6,16/L. Com isso, a relação entre os preços ficou em 64,6%, a mais competitiva do país.

Já em Mato Grosso do Sul, o etanol caiu 0,3%, para R$ 3,88/L, o menor valor dentre todos os estados, enquanto a gasolina ficou estável em R$ 5,95/L. Assim, o valor do biocombustível correspondeu a 65,2% do preço de seu concorrente fóssil, em um resultado economicamente favorável para o consumo do renovável.

Por fim, no Paraná, o etanol custou o equivalente a 67,7% do preço da gasolina, um patamar considerado vantajoso para o biocombustível. No período, o valor do etanol caiu 0,9%, para R$ 4,40/L, e o da gasolina baixou 0,3%, para R$ 6,50/L.

Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também é possível acessar gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.

Corte de gastos

Atualmente, a empresa contratada pela ANP para a realização do levantamento é a Triad Research Consultoria e Pesquisa de Mercado. A vigência do acordo começou em 26 de setembro de 2022 e o cronograma inicial previa um crescimento gradual da amostragem, atingindo 459 municípios até 16 de abril de 2023.

Entretanto, o alcance do estudo foi reduzido a partir de julho de 2024 devido a cortes no orçamento da ANP. Com isso, a abrangência máxima passou a ser de 358 cidades.

Em 23 de junho, a ANP anunciou uma nova redução amostral no contrato. A agência relata que tinha a previsão de voltar a atingir 459 municípios no segundo semestre deste ano, mas que os cortes orçamentários devem permitir a amostragem máxima de 390 municípios para preços de combustíveis automotivos. Na mesma ocasião, a reguladora afirmou que irá suspender o Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) de 1º a 31 de julho deste ano.

Fonte: NovaCana