
A produção de etanol celulósico, ou de segunda geração (E2G), já foi o foco da GranBio. Com o passar dos anos, a companhia passou a investir também no desenvolvimento de outras tecnologias para biocombustíveis. No começo de 2025, inclusive, a empresa anunciou uma nova iniciativa, com a biorrefinaria integrada Exygen, em São Miguel dos Campos (AL).
O complexo vai produzir etanol, biometano e biofertilizantes neutros em carbono. De acordo com o CEO da companhia, Bernado Gradin, o plano é investir R$ 1,5 bilhão até 2028.
Em seu relatório de resultados, divulgados pela própria companhia, a GranBio explica que a Exygen deverá produzir, a partir de 2026, 160 milhões de litros de etanol neutro em carbono, além de 50 milhões de metros cúbicos de biometano. Os resíduos da cana-de-açúcar serão a matéria-prima base da biorrefinaria.
Nos anos seguintes, as etapas subsequentes do projeto contemplarão ainda a produção de biogás e CO2 biogênico (originado da decomposição de matéria orgânica). Também está prevista a fabricação de e-metanol, combustível sintético que poderá atender o transporte marítimo e outros setores de difícil eletrificação.
Durante o anúncio, Gradin reconheceu que o investimento em E2G teve falhas: “A principal lição foi errar por acreditarmos que as tecnologias estavam prontas”. A GranBio foi o primeiro empreendimento de etanol celulósico nos trópicos, mas enfrentou dificuldades.
A companhia apresentou lucro apenas duas vezes na última década; o mais recente aconteceu em 2022, com R$ 26,42 milhões. No exercício de 2024, a GranBio conseguiu diminuir suas perdas, para um prejuízo de R$ 3,17 milhões. No ano anterior, o resultado foi negativo em R$ 47,33 milhões.
Fonte: NovaCana