
Por Giully Regina
Os preços dos créditos de descarbonização (CBios), vinculados ao RenovaBio, continuam em queda – ainda que a uma taxa menos expressiva do que em períodos anteriores. Na segunda quinzena de junho, os títulos custaram R$ 59,58, em média, baixa de 0,4% em relação ao começo do mês.
Esta já é a oitava queda consecutiva registrada. Além disso, o valor está 14,2% abaixo da média de 2025, de R$ 69,42. Já em relação à média histórica do programa, de R$ 85,33, a retração chega a 30,2%.
Os números são resultados de cálculos realizados pelo NovaCana com base nos dados da bolsa de valores brasileira B3, a única entidade registradora do programa. De maneira geral, os preços tiveram poucas alterações no decorrer da quinzena, variando entre R$ 57,80 e R$ 63. O menor valor foi visto no dia 27 e o maior foi registrado no último dia do mês.
De acordo com a B3, ocorreram 2,86 mil negociações no período, movimentando 4,47 milhões de créditos. “Os números refletem todas as operações de compra e venda envolvidas em um ciclo de negociação. Assim, no caso de intermediações realizadas por corretoras ou outras instituições, primeiro é realizada uma operação de compra das quantidades e, depois, uma operação de venda para o investidor final”, explica a B3.
Emissões
Entre os dias 16 e 30 de junho, as usinas certificadas no RenovaBio emitiram 2,29 milhões de títulos, leve acréscimo de 0,4% em comparação com o mesmo período do ano passado. Desde o começo do ano, já foram escriturados 21,37 milhões de CBios, alta anual de 2,9%. Entre janeiro e junho de 2024, foram emitidos 20,76 milhões de créditos.
De acordo com a ANP, 330 usinas estão atualmente certificadas para a emissão dos créditos do RenovaBio. Destas, quatro fabricam biometano e outras 38, biodiesel.
Dentre as 288 usinas de etanol certificadas, 273 utilizam apenas a cana-de-açúcar como matéria-prima; sete processam cana e milho; sete apenas milho; e uma produz biocombustível de primeira e de segunda geração de forma integrada. Desde o início do programa até agora, 180,11 milhões de CBios já foram emitidos pelas sucroenergéticas.
Posse e aposentadoria
No dia 30 de junho, a B3 fechou a sessão com 26,56 milhões de créditos em circulação. O montante já alcança mais da metade da meta prevista para 2025, de 49,36 milhões de CBios.
O objetivo anual, atualizado em março pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), inclui os 10,49 milhões de CBios que ficaram pendentes do ano passado. Além disso, foram descontados os 1,52 milhão de créditos abatidos das metas individuais das distribuidoras que cumpriram contratos de longo prazo com produtores de biocombustíveis.
Do total de CBios disponíveis no mercado ao final da quinzena, 60,5%, ou 16,07 milhões, estavam em posse das usinas certificadas no RenovaBio. As distribuidoras detinham 10,3 milhões, ou 38,8%. Os 198,97 mil créditos restantes (0,7%) estavam com investidores sem metas.
Na segunda quinzena de junho, 4,64 milhões de créditos foram aposentados, alta de 552,3% em relação aos 712,24 mil títulos que saíram de circulação no mesmo período de 2024. No acumulado do ano, 11,27 milhões de CBios já foram aposentados. Ou seja, apenas 22,8% da meta foi realmente alcançada até agora.
Somando os créditos disponíveis, os que foram retirados de circulação em 2025 e os 181 mil títulos que foram aposentados de forma antecipada no ano passado, o volume total chega a 38,01 milhões de CBios, ou 77% do objetivo atual.
De acordo com a B3, as últimas aposentadorias por companhias sem metas a cumprir no programa ocorreram em março. No dia 12, foram retirados circulação 23 mil créditos e, no dia 14, outros 200.
Segundo as regras do RenovaBio, a retirada de títulos feita pelas partes não obrigadas pode ser deduzida dos objetivos finais do programa. Com isso, as aposentadorias feitas durante o ciclo 2025 devem ser contabilizadas no próximo ano.
Fonte: NovaCana