O ciclo de baixa enfrentado pela indústria petroquímica global está elevando o risco de fechamento de fábricas no Brasil, onde as importações já representam 45% do consumo nacional. Essa situação é exacerbada pela competitividade reduzida do produto brasileiro por causa dos altos custos de matérias-primas e energia. A tendência de fechamento de refinarias, observada na Europa com empresas como Shell e Petroineos, também está ocorrendo no Brasil, com empresas como Unigel e Rhodia (Solvay) suspendendo operações. A reportagem é do jornal Valor Econômico.
A Unigel, em crise financeira, suspendeu atividades em fábricas de fertilizantes e paralisou operações de acrilonitrila e metilmetacrilato em decorrência da pressão de preços globais. A Rhodia, por sua vez, encerrou a produção de bisfenol em Paulínia, SP, em resposta à concorrência chinesa. A Fortal Química paralisou atividades na Bahia por consequência da competição com produtos importados.
A Braskem ainda avalia a possibilidade de fechar operações, enfrentando desafios após a integração de sua produção no Brasil e México. O mercado petroquímico global sofre com a sobrecapacidade de produção, especialmente influenciada pela China e pelos custos elevados na Europa.
A indústria química brasileira enfrenta um déficit crescente, com importações superando as exportações. A expectativa é de um ciclo de baixa prolongado até 2027 ou 2029, pressionado por novos atores globais como a China. Medidas como o Reiq e o aumento de tarifas de importação são insuficientes, e medidas antidumping são consideradas necessárias para proteger a indústria local.
Íntegra da matéria: Valor Econômico (para assinantes)