Até 2050, o potencial mercado de etanol no planeta corresponderá a 9,4 vezes a atual produção deste combustível no mundo, segundo uma projeção feita pela renomada Datagro Consultoria, empresa especializada no setor.
“É um mercado muito grande, muito promissor. Existe um senso de urgência generalizado sobre a importância de se expandir a produção do etanol porque permite uma implementação de descarbonização imediata em várias atividades sem criar infraestrutura. Está havendo um reconhecimento geral do etanol”, resume o presidente da Datagro Consultoria, Plínio Nastari.
O futuro promissor do etanol passa por produtos que estão abrindo novos mercados “muito significativos” como o combustível sustentável de aviação (SAF); o biobunker – um combustível marítimo renovável –; os bioplásticos; a reforma do etanol para a produção de hidrogênio; o biodiesel; e os biocombustíveis em geral. “Todos esses mercados são muito representativos e trazem uma perspectiva enorme para o setor”, comenta.
Nastari ainda afirma que “já iniciamos este processo”, referindo-se a algumas iniciativas que estão “saindo do papel” envolvendo os novos produtos, com destaque para o SAF.
Incêndios nos canaviais
As queimadas que estão ocorrendo no Sudeste e no Centro-Oeste do país vão trazer consequências para o setor nesta safra (2024/25) e na próxima (2025/26). Somente no estado de São Paulo, foram atingidos cerca de 230 mil hectares plantados com cana-de-açúcar, segundo uma estimativa feita pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica).
Segundo Nastari, a cana-de-açúcar que é queimada precisa ser colhida e processada rapidamente porque no terceiro ou quarto dia depois do incêndio começa a sofrer podridão, que pode provocar problemas de contaminação na área industrial. “Dependendo da extensão da área queimada, as usinas têm problema de processar ou acabam tendo que abandonar as canas que foram queimadas, apesar da cooperação entre as usinas menos afetadas que ajudam a processar as canas das empresas que mais afetadas”, explica.
Também há perda do açúcar na cana queimada. “Isso pode atrapalhar a intenção da produção de açúcar”, conta. Os incêndios também queimam a rebrota da cana-de-açúcar, o que faz os produtores perderem três a quatro meses do desenvolvimento da planta, o que significa começar do zero.
Ele ainda observou que parte dos incêndios de canaviais não foram acidentais, mas criminosos. “Tudo isso é muito ruim. Há pessoas sendo presas em flagrante em atos de colocar fogo nos canaviais. É uma infelicidade. E isso só vai ser controlado com a Polícia”, afirma. O consultor acrescenta também que esta situação traz um alerta forte para os agentes do mercado do país. Ele ainda cita que 75% das exportações mundiais de açúcar bruto saem do Brasil.
Fonte: Revista RPA News