Por Andréia Vital
Em agosto de 2024, o mercado de créditos de descarbonização (CBios) registrou uma geração robusta, com cerca de 3,5 milhões de CBios emitidos durante o mês. No acumulado do ano-meta 2024 (de abril a agosto), o total chegou a 17,5 milhões de CBios, marcando um crescimento de 26% em comparação com o mesmo período do ano passado.
De acordo com o Monitoramento RenovaBio de setembro feito pela Consultoria Agro Itaú BBA, esse aumento superou as previsões iniciais do banco, que projetavam um crescimento de 12% para o ano-meta 2024, totalizando 30 milhões de créditos. “Em função desse desempenho, elevamos nossa estimativa para 31,5 milhões de CBios no período de abril a dezembro de 2024, o que representa um aumento de 17% em relação ao mesmo período de 2023”, afirma.
Apesar disso, acreditam que a geração de CBios pode desacelerar no quarto trimestre de 2024 devido à redução nas vendas de etanol hidratado e à base mais alta observada no final de 2023.
Do lado da demanda, o cenário base sugere que distribuidoras que não aposentaram CBios em 2023 continuarão fora do mercado em 2024. Assim, estimam que 10,6 milhões de CBios não serão aposentados este ano. Embora a meta individual para 2024 seja de 46,4 milhões de créditos, o banco prevê que as partes obrigadas aposentem aproximadamente 35,8 milhões de CBios no ano-meta corrente.
“Como resultado, nossa projeção para os estoques finais de CBios em 2024 foi revista para 13,6 milhões, um aumento em relação aos 12,1 milhões previamente estimados. Esse crescimento nos estoques finais e na geração de créditos tende a pressionar os preços dos CBios para baixo”, ressalta.
Após meses de alta volatilidade, os preços dos CBios mostraram relativa estabilidade em agosto, terminando o mês a R$ 74,80 por crédito, uma queda de 2,5% em relação ao mês anterior e 19% abaixo da média de 2024, que está em R$ 95,10. Em contrapartida, o volume negociado de CBios aumentou 3% em comparação com julho, alcançando 7,4 milhões de créditos comercializados, e 5% acima do volume de agosto de 2023.
Segundo o relatório da B3, a emissão de CBios em agosto totalizou 3,53 milhões, um crescimento de 24% em relação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado até 31 de agosto, a emissão atingiu 27,9 milhões de CBios, 26% acima do volume registrado no mesmo período de 2023. Os estoques de CBios cresceram para 27,9 milhões até 31 de agosto, um aumento de 1,6 milhões em relação ao final de julho.
No mês de agosto, os estoques nas mãos das partes obrigadas cresceram em 1,4 milhões de CBios, totalizando 14,9 milhões. Além disso, as partes obrigadas já aposentaram 7,5 milhões de CBios no ano-meta 2024, com 2 milhões aposentados apenas em agosto. Até o final do ano, essas partes devem aposentar um total de 46,4 milhões de CBios, incluindo a meta anual de 2024 e os créditos não entregues em 2023.
O Decreto 11.141/22, publicado em 21 de julho de 2022, alterou os prazos para a comprovação das metas de aposentadoria de CBios pelas partes obrigadas. Inicialmente, o decreto definia 30 de setembro de 2023 como prazo final para a comprovação das metas referentes a 2022 e estabelecia o dia 31 de março do ano subsequente como data limite para os próximos anos. No entanto, em 26 de abril de 2023, o Ministério de Minas e Energia reestabeleceu a data limite para o dia 31 de dezembro de cada ano, em vez de 31 de março do ano seguinte.
Fonte: Jornal Cana