Entregas de fertilizantes caíram 1,8% no primeiro semestre

Desembarque de fertilizantes no Porto de Paranaguá (PR). Terminal é o principal ponto
de entrada do produto importado pelo Brasil — Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

Por Isadora Camargo

As entregas de fertilizantes caíram 1,8% no Brasil em junho, para 4 milhões de toneladas, informou hoje (3/9) a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). Com o desempenho, as entregas chegaram a 18,3 milhões de toneladas no primeiro semestre, o que representou uma queda também de 1,8% em relação a igual período de 2023.

O Estado de Mato Grosso, que tradicionalmente é o líder nas entregas de fertilizantes, respondeu por 4 milhões de toneladas no primeiro semestre, ou 22,2% do volume total. Paraná e São Paulo apareceram na sequência, 2,3 milhões de toneladas e 2,1 milhões de toneladas, respectivamente.

Produção nacional

A produção nacional de fertilizantes cresceu 26,8% em junho, para 582 mil toneladas. O resultado positivo no mês foi insuficiente para impedir que o volume total diminuísse no primeiro semestre. A queda na primeira metade deste ano foi de 4%, para 3 milhões de toneladas.

Importações

Em junho, as importações brasileiras de fertilizantes chegaram a 3,6 milhões de toneladas, o que representou um crescimento de 16,7%. No primeiro semestre, em contrapartida, a importação recuou 2,7%, para 16,7 milhões de toneladas.

“Apesar dos desafios logísticos, em meio às crises geopolíticas e ao ritmo atípico das entregas, influenciado pelo adiamento das compras dos produtores rurais, as importações continuam chegando e abastecendo o agro”, afirmou a entidade, em nota.

O Ministério da Agricultura já sinalizou que tem metas para aumentar a produção de adubos no Brasil e reduzir a dependência que o país tem de fornecedores externos, que é hoje de cerca de 85%. Entretanto, a indústria de fertilizantes passa por um momento de transição no país, e o fluxo de compras neste ano estava atrasado até maio.

A Anda acredita que uma medida que pode ajudar a fomentar a produção no mercado interno é “o licenciamento ambiental de biofertilizantes diretamente no Ministério, desburocratizando o processo”.

No porto de Paranaguá, principal porta de entrada dos adubos no país, ingressaram, de janeiro a junho, 4,43 milhões de toneladas, um volume 2% menor que o de igual intervalo de 2023, quando o terminal recebeu 4,34 milhões de toneladas. Neste ano, o porto respondeu por 26,5% do total das importações.

Fonte: Globo Rural