Por Rafael Walendorff
A Usina São Domingos, de Catanduva (SP), captou R$ 120 milhões com a sua primeira emissão de debêntures incentivadas, destinada a investidores profissionais.
Os recursos serão usados para o reembolso de despesas e investimentos para permitir a expansão da produção da planta industrial da companhia. O grupo teve receita líquida de R$ 785,5 milhões e lucro de R$ 76 milhões na safra 2023/24, com a moagem de 2,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
A operação, realizada no fim de junho, foi coordenada pelo Banco Bocom BBM. “Os recursos captados serão utilizados para o reembolso de despesas e investimentos, permitindo a adequação, modernização e expansão da planta industrial da Usina São Domingos. O objetivo é continuar a aumentar a capacidade de produção de biocombustíveis”, informou o banco, em nota.
A operação é uma continuidade de outra investida da Usina São Domingos realizada no mercado de capitais no início desse ano, em que a empresa levantou R$ 100 milhões com a emissão de um Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), também com a coordenação do Bocom BBM. Ao todo, são R$ 220 milhões captados em meio ano.
Ao todo, 37 investidores subscreveram a emissão das debêntures incentivadas: 14 pessoas físicas, 22 fundos de investimentos e uma instituição intermediária participantes do consórcio de distribuição.
Os títulos não são conversíveis em ações e possuem garantia real atrelada a bens da companhia. Por serem vinculadas a um projeto de investimentos prioritário, as debêntures oferecem incentivos aos investidores.
O prazo de pagamento dos títulos será de sete anos. Sobre os investimentos incidirão juros remuneratórios prefixados, de 9,2% ao ano, diz o aviso ao mercado da Usina São Domingos.
Essa é uma das primeiras emissões de debêntures incentivas no setor sucroalcooleiro após a edição do decreto 11.964, de março deste ano. A norma regulamenta os critérios e condições de enquadramento para os projetos prioritários de investimentos em infraestrutura, incluindo áreas estratégicas, como a produção de biocombustíveis. Uma de suas principais inovações é a dispensa de aprovação ministerial do projeto de investimento como pré-requisito para emissão das debêntures, o que deu maior celeridade ao processo, em relação ao regime anterior.
Fonte: Globo Rural