Na segunda quinzena de maio, as unidades produtoras da região Centro-Sul processaram 45,19 milhões de toneladas ante a 46,77 milhões da safra 2023/2024 – o que representa uma queda de 3,36%. No acumulado desde o início da safra 2023/2024 até 1º de junho, a moagem atingiu 140,74 milhões de toneladas, ante 126,62 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 2023/2024 – um avanço de 11,15%.
O diretor de Inteligência Setorial da UNICA, Luciano Rodrigues, explica que a retração constatada no processamento de cana no final de maio se deve à condição climática desfavorável para colheita, que impactou o ritmo de moagem em algumas áreas no Paraná, Mato Grosso do Sul e na região de Assis em São Paulo. “Esse movimento foi parcialmente compensado pelo clima seco que favoreceu a colheita em Minas Gerais, Goiás e na região central do Estado São Paulo”, conclui Rodrigues.
Na segunda metade de maio, quatro unidades deram início à safra 2024/2025. Ao término da quinzena, permanecem em operação 249 unidades no Centro-Sul, sendo 232 unidades com processamento de cana-de-açúcar, nove empresas que fabricam etanol a partir do milho e oito usinas flex.
Em relação à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na segunda quinzena de maio atingiu 129,85 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, contra 134,95 kg por tonelada na safra 2023/2024 – variação negativa de 3,78%. No acumulado da safra, o indicador marca 122,07 kg de ATR por tonelada (-1,92%).
Produção de açúcar e etanol
A produção de açúcar na segunda quinzena de maio totalizou 2,70 milhões de toneladas, registrando queda de 7,72% na comparação com a quantidade registrada em igual período na safra 2023/2024 (2,92 milhões de toneladas). No acumulado desde o início da safra até 1º de junho, a fabricação do adoçante totalizou 7,84 milhões de toneladas, contra 7,01 milhões de toneladas do ciclo anterior (+11,80%).
A redução na produção quinzenal de açúcar se deve à retração observada na moagem e à menor proporção de cana-de-açúcar direcionada à fabricação do adoçante nessa quinzena. Com efeito, 48,28% da matéria-prima disponível foi direcionada para a produção de açúcar na última quinzena, ante 48,65% observados no mesmo período da safra 2023/2024.
Segundo Rodrigues, “em uma avaliação detalhada por unidade produtora, é possível verificar certa dispersão na dinâmica de produção de açúcar. Isso porque um terço das empresas ampliou a produção do adoçante por tonelada de cana-de-açúcar processada na última quinzena e os outros dois terços reduziram esse índice na comparação com o valor observado na mesma quinzena da safra 2023/2024”.
“A menor concentração de ATR, o baixo nível de pureza, o elevado teor de açúcares redutores, o maior teor de fibra e até mesmo a presença de dextrana na cana-de-açúcar processada impactaram negativamente a produção de açúcar em várias unidades. Esses elementos estão associados à moagem de cana bisada, de matéria-prima que não completou o ciclo de desenvolvimento e de lavoura com maturação prejudicada pelas condições climáticas”, explicou o executivo da UNICA.
Na segunda metade de maio, a fabricação de etanol pelas unidades do Centro-Sul atingiu 2,12 bilhões de litros, sendo 1,28 bilhão de litros (+6,49%) de etanol hidratado e 837,67 milhões de litros (-8,95%) de etanol anidro. No acumulado desde o início do atual ciclo agrícola até 1º de junho, a fabricação do biocombustível totalizou 6,46 bilhões de litros (+10,42%), sendo 4,32 bilhões de etanol hidratado (+24,97%) e 2,14 bilhões de anidro (-10,59%).
Do total de etanol obtido na segunda quinzena de maio, 16% foram fabricados a partir do milho, registrando produção de 338,15 milhões de litros neste ano, contra 224,86 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2023/2024 – aumento de 50,38%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 1,20 bilhão de litros – avanço de 28,83% na comparação com igual período do ano passado.
Vendas de etanol
No mês de maio, as vendas de etanol totalizaram 2,97 bilhões de litros, o que representa uma variação positiva de 22,51% em relação ao mesmo período da safra 2023/2024. Trajetórias distintas foram registradas entre o hidratado e anidro: o primeiro, registrou crescimento de 46,80% (1,93 bilhão de litros) e, o segundo, queda de 6,36% no volume comercializado (1,03 bilhão de litros).
No mercado interno, o volume de etanol hidratado vendido pelas unidades do Centro-Sul totalizou 1,87 bilhão de litros em maio deste ano, o que representa um aumento de 46,47% em relação ao mesmo período da safra anterior. A venda mensal de etanol anidro, por sua vez, atingiu a marca de 997,35 milhões de litros, retração de 4,16%.
“O volume comercializado no último mês representa o maior valor registrado pelas unidades do Centro-Sul desde outubro de 2020, quando foram vendidos 1,88 bilhão de litros”, acrescentou Rodrigues.
No acumulado desde o início da safra até 1º de junho, a comercialização de etanol pelas unidades do Centro-Sul somou 5,81 bilhões de litros, registrando crescimento de 28,57%. O volume acumulado de etanol hidratado totalizou 3,86 bilhões de litros (+51,64%), enquanto o de anidro alcançou 1,96 bilhão de litros (-1,10%).
Fonte: UNICA