Por Leonardo Gottems
A safra 24/25 de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil começou de forma promissora, impulsionada pelo clima seco desde meados de abril. Essa condição meteorológica favorável resultou em um aumento significativo na moagem de cana e na produção de açúcar. Em abril, a produção atingiu 2,6 milhões de toneladas (Mt), um aumento de 43,41% em comparação ao mesmo período da safra 23/24.
“A moagem de cana aumentou 43,41% em abril em comparação com a temporada 23/24. A produção de açúcar também aumentou durante o mês, atingindo 2,6 milhões de toneladas, acima das 1,5 milhões de toneladas anteriores”, observa Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da Hedgepoint Global Markets.
Se comparada à safra 20/21, que teve um cenário climático semelhante, a safra atual se destaca pelo mix de açúcar recorde. Mesmo com um menor índice de Açúcar Total Recuperável (ATR), a produção de açúcar demonstrou um aumento expressivo, evidenciando a ampliação da capacidade produtiva das usinas na região. Esse aumento no mix de produção de açúcar, apesar do ATR mais baixo, destaca a eficiência e o potencial da indústria sucroalcooleira no Centro-Sul.
A tendência de queda nos preços do açúcar é reforçada por dois fatores principais: a nova administração da Petrobras, que decidiu não repassar os custos de importação, e o aumento do plantio de beterraba na China, que deve resultar em uma maior produção de açúcar no país. Essa expectativa de aumento na oferta global de açúcar contribui para a pressão baixista nos preços.
Para o futuro próximo, os preços do açúcar devem se manter entre 17,5 a 19,5 centavos por libra-peso (c/lb). No entanto, há um risco potencial de alta no longo prazo, especialmente se um evento de La Niña forte ocorrer, afetando negativamente o desenvolvimento das plantações de cana-de-açúcar na região Centro-Sul.
Fonte: AgroLink