Por Cleyton Vilarino
O presidente do Fórum Nacional Sucroenergético (FNS) e da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mario Campos Filho, aproveitou a presença dos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, na abertura da safra mineira 2024/25 de cana-de-açúcar para cobrar mais transparência na política de preços dos combustíveis fósseis do país.
“A gente queria produzir ainda mais etanol, mas infelizmente a gente hoje não sabe qual o critério da política de preços adotada para combustíveis fósseis hoje no Brasil, e o setor está muito apreensivo em relação a este item”, afirmou Campos.
Apesar de ter apresentado um crescimento de 15,1% na colheita de cana-de-açúcar em 2023/24, com 81,4 milhões de toneladas, o Estado de Minas Gerais destinou 63,52% de toda a cana esmagada para a produção de açúcar diante da maior rentabilidade do produto em comparação com o etanol.
Para 2024/25, segundo a Conab, as usinas mineiras vão continuar priorizando o açúcar em relação ao biocombustível, com uma produção estimada em 6 milhões de toneladas de açúcar, crescimento de 10,7% ante o ciclo anterior. Já pra o etanol, a perspectiva é de queda da produção na mesma proporção, 10,7%, para 2,9 bilhões de litros.
O diretor-presidente da sucroalcooleira CMAA, Carlos Turchetto, também cobrou mudanças na política de preços de combustíveis fósseis no país. De acordo com ele, a companhia, que é uma das maiores do Estado, está se tornando pouco a pouco “uma empresa de açúcar”.
“O setor vai se tornando mais açucareiro porque ele remunera melhor, mas ele remunera melhor porque o preço do combustível está congelado artificialmente, e quem perde é a sociedade, que tem que importar combustível do mundo inteiro”, destacou o executivo. A previsão da empresa é de queda de 2,9% em sua produção de etanol em 2024/25, para 340 milhões de litros.
Fonte: Globo Rural