As políticas e incentivos em torno da transição energética para matriz renováveis são as razões para que o carro a álcool, ampliado na versão híbrida, seja anunciado pelo grupo Stellantis.
Os dois primeiros modelos devem chegar ao mercado até o fim de 2025, dentro do plano estratégico chamado Bio-Hybrid. Na reportagem do jornal Folha de S.Paulo, a fabricante não confirma a data nem a estratégia de lançamento.
A lei sobre biocombustíveis no âmbito federal e dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, com programas de incentivo para o setor sucroenergético, já são estímulos relevantes para as mudanças nas linhas de produção do grupo.
Conheça características dos principais poluentes emitidos por veículos com motor a combustão
Monóxido de carbono – Gás resultante da queima incompleta do combustível. Quando inalado, reduz a capacidade do sangue de transportar oxigênio. Sua emissão foi bastante reduzida com o avanço das tecnologias de combustão e controle de emissões
Hidrocarbonetos – Parcela de combustível não queimado, ou parcialmente queimado, que é expelida pelo motor ou por outros pontos do veículo, além do que vai para a atmosfera durante o abastecimento do tanque
Aldeídos – Compostos químicos resultantes da oxidação parcial dos alcoóis ou de reações fotoquímicas na atmosfera, envolvendo hidrocarbonetos. São emitidos principalmente pelos veículos que utilizam etanol. Causa irritação nos olhos e nas vias respiratórias, sendo ainda carcinogênicos em potencial
Óxidos de nitrogênio – São formados quando o nitrogênio reage com o oxigênio em razão da alta temperatura na câmara de combustão dos veículos. Contribui na formação de chuva ácida e do material particulado
Material particulado – Devido ao tamanho diminuto, a fuligem se mantém suspensa na atmosfera e, se inalada, pode atingir os alvéolos pulmonares. Seu controle é especialmente importante para veículos a diesel, mais expressivos NA emissão desse poluente
Dióxido de enxofre – Assim como os óxidos de nitrogênio, podem contribuir na formação de chuva ácida ao reagir com moléculas de água na atmosfera
Fontes: Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e Ministério do Meio Ambiente
Os incentivos e inovações em torno dos biocombustíveis, como por exemplo, o avanço do E2G (etanol de segunda geração), também evolui para a viabilidade econômica e, enfim, chegar aos postos. Trata-se do processamento de resíduos vegetais, como palha, folhas e bagaço. Segundo a Raízen, o E2G permite elevar a produtividade em até 50% sem aumentar o tamanho da área plantada.
Nesse cenário, a expectativa é de que a Fiat e a Jeep sejam as escolhidas para lançar os novos modelos. O motor deverá ser o 1.3 turbo, que já está em linha na opção flex. A Fiat tem tradição no motor a álcool, no Brasil. Ela foi a primeira a lançar o modelo 147, em 1979. Claro que os novos motores flex da marca vêm com mais autonomia, semelhante à obtida com a gasolina, mas com preço menor de consumo por litro e menos poluente. Ainda segundo a Stellantis, esse motor já está pronto. “O motor 100% a etanol já foi desenvolvido, é de alta eficiência e já está disponível pela Stellantis. E ele pode ser utilizado associado à tecnologia Bio-Hybrid”, diz Márcio Tonani, vice-presidente sênior dos centros técnicos de engenharia da montadora para a América do Sul.
Íntegra da matéria: Folha de S.Paulo (para assinantes)