Esta é a primeira edição do boletim semanal ‘De Olho no Biodiesel’, que a SCA Brasil acaba de lançar. O boletim será publicado toda segunda-feira no Blog da SCA Brasil. Se você quiser recebê-lo em seu e-mail, basta se inscrever e selecionar a opção ‘Biodiesel’, clicando aqui.
DE OLHO NO BIODIESEL – BOLETIM SEMANAL DE MERCADO DA SCA BRASIL (04 a 08/11/2024)
A vitória de Donald Trump foi o grande evento da semana passada, trazendo muita volatilidade aos mercados de câmbio, bolsas e commodities. China, Europa e mercados emergentes registraram fortes desvalorizações cambiais devido à expectativa de política monetária mais restritiva nos Estados Unidos.
O ponto positivo foi a rapidez da apuração, com margem expressiva de delegados em relação à candidata Kamala Harris, eliminando o risco de contestações do resultado que poderiam se arrastar por semanas.
No Brasil, o Copom elevou a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 11,25%, sinalizando possível aceleração do ritmo de alta caso necessário, subindo o tom em relação ao risco fiscal. No final da semana o Real voltou a se desvalorizar em relação ao Dólar americano devido à indefinição do pacote de cortes de gastos aguardado pelo mercado. Apesar disso, o Dólar comercial encerrou a semana a R$5,7350, uma redução de 2,3%.
O contrato de dezembro de óleo de soja negociado na Bolsa de Chicago (CBOT) fechou em 48,77 cents/libra na sexta-feira (08/11), alta acumulada de 5,33% na semana. Com a vitória de Trump, existe a expectativa de possíveis restrições para a importação de matérias-primas que substituem o óleo de soja, especialmente o óleo de cozinha usado (UCO, na sigla em inglês) chinês, dando sustentação aos preços.
Além disso, o balanço global de óleos vegetais está apertado com as quebras de safra de óleo de girassol na região do Mar Negro, do óleo de colza na Europa e na redução da disponibilidade para exportação do óleo de palma devido ao aumento de consumo de biodiesel na Indonésia, o maior produtor e exportador mundial do produto.
A alta nos preços do óleo de palma e girassol tornou o óleo de soja competitivo para os países com disponibilidade. Na Argentina, os preços estão nas máximas de 18 meses, acumulando alta de quase US$ 150 no mês. No Brasil, houve relatos de venda de 2,4 milhões de toneladas de soja na semana, sendo 70% da próxima safra. Os prêmios do óleo de soja em Paranaguá fecharam a semana em 5,0 cents/libra na semana, com ofertas cada vez mais raras para vencimentos curtos. Dessa forma, o flat price do óleo de soja FOB Paranaguá aumentou 4,4% na semana, atingindo US$1.185/ton.
O mercado spot de biodiesel teve uma semana com liquidez reduzida, com vendas pontuais na maioria dos dias e com sustentação dos preços. Os distribuidores focaram nas retiradas dos saldos finais dos contratos do quinto bimestre e dos volumes dos contratos para o sexto bimestre. Segundo levantamento da SCA Brasil, o volume comercializado no mercado spot foi de apenas 480 m³, com um preço médio de R$6.399/m³, com PIS/Cofins e sem ICMS.
De acordo com o levantamento de preços realizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) na semana de 28 de outubro a 03 de novembro, o preço médio Brasil de biodiesel, com PIS/Cofins e sem ICMS, ficou em R$ 5.932/m3, um aumento de 3,3% em relação à semana anterior. No ano o aumento foi de 32,7%, sendo 11,4% somente no mês de outubro.