O Brasil já tem SAF, combustível de aviação na sigla em inglês, na versão “sustentável”. Ainda em caráter experimental, a fábrica de petróleo sintético funciona a partir do biogás e hidrogênio verde vai produzir seis quilos por dia de uma mistura de hidrocarbonetos sintetizada, chamada de biosyncrude, que será destinada à produção do SAF.
O empreendimento, instalado na usina de Itaipu Binacional, no Paraná, foi criado pelo Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) e pela Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio do projeto H2Brasil. Foram aportados cerca de R$ 10 milhões (1,8 milhão de euros) do governo alemão e tem por objetivo viabilizar uma rota para produção de combustíveis verdes a partir do biogás, produzido da decomposição de materiais orgânicos.
O SAF pode ser obtido a partir de diferentes rotas tecnológicas e com matérias-primas que vão de oleaginosas a etanol e resíduos sólidos urbanos. No caso da unidade do Paraná, a ideia é utilizar até 50 Nm³/dia de biogás produzido na unidade de biodigestão da Itaipu como fonte de carbono para a produção dos hidrocarbonetos.
Na reportagem do jornal Valor Econômico o superintendente de Energias Renováveis da Itaipu, Rogério Meneghetti, explica que a planta de biogás recebe matéria orgânica de restaurantes e cargas de alimentos apreendidas na região da tríplice fronteira. O diretor presidente do CIBiogás, Rafael Gonzalez, acrescenta que foi criado um mapa dinâmico para identificar áreas com maior potencial de produção de SAF no Paraná para dar escala ao projeto.
Íntegra da matéria: Valor Econômico (para assinantes)