Com investimentos de R$ 9 milhões, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) está erguendo um centro de pesquisa voltado exclusivamente para o desenvolvimento de um sistema de propulsão veicular capaz de transformar energia química em elétrica. Na prática, a tecnologia, chamada óxido sólido (SOFC), será estudada no Centro de Estudos de Energia e Petróleo (Cepetro) da Universidade. Isso permitirá a utilização do etanol, rico em hidrogênio, para abastecer uma célula de combustível e acionar um motor elétrico.
Estas informações do jornal Valor Econômico (05/02) revelam que a iniciativa materializa objetivos do programa Rota 2030, com o apoio de 13 empresas dos setores automotivo e de biocombustíveis em parceria com o Senai Cimatec.
O professor da Faculdade de Engenharia Química da Unicamp e coordenador do projeto no Cepetro, Gustavo Doubek, ressalta que a consolidação desta inovação tecnológica reforçará ainda mais a posição estratégica do Brasil como referência mundial em biocombustíveis.
“Esta célula de óxido sólido faz um importante link com os biocombustíveis e o Brasil está muito à frente de todos os outros países, pois começamos na década de 1970. É uma força competitiva que, se explorarmos, conseguiremos sair na frente em competitividade”, afirmou o especialista.
Ao Valor, Doubek informa que a expectativa dos pesquisadores é que os primeiros protótipos do SOFC sejam apresentados até o final de 2024. “A ideia é que este sistema tenha uma densidade energética maior, o que resolve o problema da autonomia, mantendo a cadeia de valor do etanol que temos hoje”, observou.
Fonte original: Valor Econômico