
A valorização de coprodutos foi o tema do primeiro painel do segundo dia do Teco Latin America, evento voltado para a cadeia produtiva de etanol de grãos e milho, ocorrido nesta quarta-feira, 1º.
A projeção mais recente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), que abordou o grão seco de destilaria com solúveis (DDGS) como uma commodity internacional, é 9,9 bilhões de litros de etanol de milho em 2025-2026, com 4,83 milhões de toneladas de DDGS. Em 2034-2035, estes montantes devem ir para 21,76 bilhões de litros e 10,39 milhões de toneladas, respectivamente.
Segundo a diretora de relações internacionais e comunicação da Unem, Andréa Veríssimo, “as exportações de DDG e DDGS são recentes e vêm crescendo de forma consistente”. A estimativa, considerando a abertura do mercado chinês, é chegar a 1,5 milhão de toneladas DDGS exportados neste ano, gerando R$ 333,83 milhões.
Considerando todos os despachos para mercados internacionais, a Unem detalha que, até agosto, o volume já atingiu 595,77 mil toneladas, gerando um valor de US$ 134,31 milhões. Países como Vietnã, Turquia e Nova Zelândia são os principais destinos de destino do produto – no total, 19 países deverão receber DDG ou DDGS brasileiro em 2025.
“Tem um interesse da China gigantesco e é até assustador. Só a Cofco teria a intenção de importar 5 milhões de toneladas de DDG”, afirma Andréa Veríssimo, da Unem. Durante o evento, Veríssimo também destacou a parceria da entidade com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), para o estímulo a exportação do DDGS brasileiro.
Um novo ciclo do projeto ApexBrasil, que ocorrerá entre 2025 e 2027, incluirá a expansão de novos mercados. “Aumentamos em 60% os investimentos no projeto; são valores vindos tanto de empresas como do governo brasileiro”, explica a diretora.
Óleo de milho
Outro coproduto relevante para a indústria de etanol de milho, é o óleo – rentável, porém produzido em menor quantidade do que o DDG ou DDGS.
Na oportunidade, o especialista sênior de desenvolvimento de negócios da ICM, Daniel Ruschel, falou sobre o aumentando da recuperação de óleo no cereal. Ele explica que o teor de óleo de milho varia, por exemplo, conforme a variedade do grão e a região de plantio.
Além disso, Ruschel cita que a variação no teor de gordura pode ser diferente considerando variações de temperatura, regime de chuvas, plantios tardios do milho, entre outros fatores.
“Como tem variação no teor de gordura do grão do milho, há diferenças no rendimento de recuperação de óleo da planta”, aponta. Ele defende que, para melhorar a recuperação de óleo, é preciso investir em tecnologias diferenciadas.
Segundo Ruschel, medir o rendimento de óleo é importante, mas não dá o quadro completo. O teor de gordura no milho também precisa ser mensurado, pois afeta a produção de óleo da planta industrial. Portanto, a métrica ideal seria o percentual de recuperação de óleo, segundo aponta o especialista.
Ele ainda defende a necessidade de armazenamento correto do milho para bons rendimentos – não somente para o óleo, mas para o próprio etanol e para o DDG. Inclusive, a qualidade do grão que é colocado na usina dita a qualidade do DDG que será produzido, reforça o consultor da ILL Consultoria, Ideraldo Luiz Lima. De acordo com ele, a secagem do grão é muito importante para os resultados.
Por Gabrielle Rumor Koster (conteúdo patrocinado pela Novonesis)
Fonte: NovaCana