Tereos utiliza drones para aplicar defensivos agrícolas em canaviais e economiza R$ 250 por hectare

Foto: Tereos/Reprodução

Por Patrícia Basilio

A produção de cana-de-açúcar do Brasil para a safra 2024-2025 deve ficar em torno de 678,67 milhões de toneladas, uma queda de 4,8% em relação ao ciclo anterior, segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O aquecimento global deve ser o principal responsável pela queda na produção no biênio. Outro fator que também impacta o plantio são as pragas, que geram perdas de aproximadamente 20% ao ano na produção, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A principal delas é a broca-da-cana (diatraea saccharalis).

Para fazer o controle biológico em seus canaviais no interior de São Paulo, a Tereos, produtora francesa de açúcar, álcool/etanol e amidos passou a dispersar defensivos agrícolas por meio de drones. Antes da adoção da tecnologia, a empresa realizava a distribuição dos agentes por meio de aviões agrícolas – que, além de mais caros, não tinham acesso a todos os 170 mil hectares de plantio, não podendo chegar perto de regiões próximas à cidade e a chácaras, por exemplo.

De acordo com Everton Carpanezi, diretor de operações agroindustriais da Tereos, a empresa conta com aproximadamente 30 drones em operação, por meio de parcerias com startups e empresas especializadas em defensivos agrícolas, como a Koppert.

“Os drones vieram para ajudar a pulverizar esses locais que ficavam expostos. Além disso, eles reduzem o desperdício, com a liberação gradual do defensivo. Se eu tenho um mapeamento do local e sei onde tem erva daninha, por exemplo, eu posso aplicar o produto apenas onde é necessário”, diz Carpanezi.

Na safra de 2023-2024, a Tereos afirma ter dispersado 100% de cotésia, um agente utilizado para controle biológico da broca-da-cana, por meio de drones. Com a inovação, a empresa registrou um aumento de cerca de 30% na área total protegida com defensivos agrícolas e uma redução de custos de R$ 250 por hectare.

Expectativas de mercado

Com o sucesso da adoção dos drones, o diretor da Tereos agora está avaliando com as empresas parceiras a adoção de equipamentos com maior potencial de aplicação. Os utilizados atualmente têm um volume de 40 litros, mas já existem modelos com capacidade para 60 e 80 litros. “Se a gente conseguir chegar um dia a 120 litros, por exemplo, triplicamos a nossa capacidade. Evitamos que o drone tenha de voltar à base para abastecer”, diz Carpanezi.

Além da dispersão de defensivos agrícolas, a Teros também utiliza drones para mapear as plantações e realizar o suporte da produção agrícola – como um assistente aéreo do fazendeiro. “Com o crescimento do mercado de drones no setor agrícola, o desafio é encontrar profissionais capacitados para trabalharem na área e parceiros que nos ajudem a aumentar a nossa capacidade operacional no futuro”, afirma o diretor.

Fonte: Época Negócios