Revisão da diretoria do Consecana‑SP segue indefinida

Canavial – Foto: Wenderson Araujo/CNA

Na última Assembleia Geral Extraordinária do Conselho dos Produtores de Cana-de-açúcar, Açúcar e Etanol do Estado de São Paulo (Consecana-SP), realizada em 11/08, representantes da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) e a União da Indústria da Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) não conseguiram chegar a um consenso sobre a nova metodologia de precificação da cana no Estado de São Paulo.

O impasse entre essas duas entidades fundadoras — Orplana, que defende os interesses dos produtores, e UNICA , que representa a indústria—trava a aprovação do índice ATR (indicador que reflete a qualidade da cana) e impede a atualização do preço do quilo da cana paulista.

Conforme a reportagem do Estadão, ambas as partes confirmaram que haverá outra assembleia para escolher os membros da diretoria, mas ainda não há um acordo formal. A Orplana afirmou que está pronta para assinar a revisão, enquanto a UNICA mantém o compromisso de diálogo, transparência e valorização da cadeia.

Sem a revisão, o preço do ATR permanece no valor de março (R$ 1,24/mês e R$ 1,19/mês acumulado). Produtores que vendem cana às usinas ficam sem um indicador atualizado para negociar contratos, criando insegurança jurídica. Analistas de mercado apontam risco de desalinhamento entre preço real de mercado e pagamento ao agricultor, podendo afetar oferta e decisões de plantio (cana vs. soja).

Fundado há mais de 20 anos, o conselho tem como missão conciliar esforços entre produtores e indústria. Contudo, divergências sobre quem ocupa a diretoria têm travado a revisão de 2023, apesar do estudo concluído em abril de 2025 pela FGV Agro. A Orplana acusa a UNICA de ausência nas reuniões de diretoria, enquanto a UNICA pede renovação completa para restabelecer um ambiente equilibrado.

A próxima reunião em setembro deverá decidir a composição da diretoria. A conclusão da votação determinará se a metodologia de precificação será atualizada, trazendo maior segurança e previsibilidade para produtores e usinas, além de definir o cenário futuro de preços da cana paulista.

Íntegra da matéria: Estadão (para assinantes)