
Em comunicado ao mercado enviado na manhã desta terça-feira, 15, a Raízen informa que decidiu “descontinuar as operações da usina Santa Elisa por tempo indeterminado”. O texto é assinado pelo CFO e diretor de relações com investidores da companhia, Rafael Bergman.
Conforme o documento, para isso, a Raízen realizou a venda de até 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, incluindo cana própria e a cessão de contratos com fornecedores, por até R$ 1,05 bilhão. Segundo a companhia, o valor será recebido à vista, no fechamento da operação, e é equivalente a US$ 53 por tonelada.
Além disso, também foi divulgado que as compradoras são as usinas Alta Mogiana, Bazan, Batatais, São Martinho, Pitangueiras e Viralcool. “Os recursos obtidos serão destinados à redução do endividamento”, complementa a Raízen.
Ainda de acordo com o comunicado, a decisão dá sequência à “estratégia de reciclagem do portfólio” da Raízen, com o objetivo de “captura de eficiência agroindustrial” e não inclui os ativos industriais em Sertãozinho (SP).
O texto também reforça que o negócio pode sofrer “eventuais ajustes” e completa que a conclusão da operação está sujeita à aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e ao cumprimento de condições estabelecidas em contratos.
São Martinho
Em fato relevante divulgado separadamente nesta terça-feira, a São Martinho confirmou a aquisição de ativos biológicos da usina Santa Elisa. Segundo a sucroenergética, foram adquiridos aproximadamente 10,6 mil hectares de cana-de-açúcar por até R$ 242 milhões.
“As áreas estão localizadas em um raio médio de 25 quilômetros da unidade São Martinho, em Pradópolis (SP), sendo, aproximadamente, 80% de cana própria e 20% de fornecedores”, detalha a empresa, em texto assinado pelo diretor financeiro e de relações com investidores, Felipe Vicchiato.
Ele estima que o volume de cana totalizará 600 mil toneladas na safra 2026-2027 e 800 mil toneladas a partir da safra 2028/29. “A unidade São Martinho possui capacidade de moagem de 50 mil toneladas de cana por dia e processará a cana-de-açúcar referente à transação”, completa.
A São Martinho também observa que o valor está sujeito a ajustes até o fechamento e que não estão previstos investimentos adicionais na indústria e na área agrícola, excetuando “gastos variáveis usuais para administrar as novas áreas”.
Alta Mogiana
Posteriormente, a Alta Mogiana publicou um comunicado sobre o tema em suas redes sociais. Segundo o texto, a companhia deve adquirir o equivalente a 600 mil de toneladas de cana-de-açúcar da usina Santa Elisa a partir da safra 2026-2027. O montante é o mesmo apresentado pela São Martinho. Neste caso, entretanto, o valor da transação não foi divulgado.
Fonte: NovaCana