Por Igor Batista
Os futuros do açúcar registraram altas de quase 2% entre os principais contratos das bolsas de Nova York e Londres nesta terça-feira (26). Segundo o que destaca análise do Barchart, os ganhos ocorreram por conta de uma nova estimativa de déficit global do adoçante, divulgada pelo Citigroup.
“A cobertura curta na terça-feira elevou os preços do açúcar depois que o Citigroup previu déficits globais de açúcar para as safras de 2024/25 e 2025/26. O Citigroup projeta um déficit global de açúcar de -2,3 MMT em 2024/25 e um déficit global de açúcar de -1,3 MMT em 2025/26, citando seca prolongada e chuvas excessivas que se seguiram no Centro-Sul do Brasil, a principal região produtora de açúcar do país”, pontua o site internacional.
Nesta terça-feira, em entrevista ao Notícias Agrícolas, também relacionado aos fundamentos do adoçante, João Baggio, diretor presidente da G7 Agro Consultoria, afirmou ter ficado surpreso com a recuperação dos canaviais brasileiros após as chuvas mais recentes. Porém, ele ressalta que soqueiras onde houve incêndio morreram e três grandes usinas consultadas por ele estimam perda de 1 mil a 1,2 mil alqueires de cana, os quais não terão recuperação.
Além disso, Baggio diz também que o período de seca provocou uma perda de massa na matéria-prima, o que, neste final de ciclo, resultou em cana muito leve, com pouco açúcar total recuperável (ATR), então essas perdas ainda serão mensuradas no final do ciclo.
“Ainda não mensuraram o que foi a perda da safra 24/25 e como será no ciclo 25/26. Existe também uma dificuldade na busca por mudas. Por conta disso, usinas já falam de redução em torno de 5% da área plantada. Sem saber como serão as chuvas do próximo ano, também não é possível mensurar qual será o tamanho das perdas, dando espaço para a especulação do mercado financeiro”, revelou o diretor.
Outro ponto citado por Baggio, porém que ainda não tem sido contabilizado pelo mercado, é em relação às exportações da Índia. Até o momento, circula a informação de que o país asiático estuda a possibilidade de exportar 2 milhões de toneladas do adoçante. Entretanto, segundo o diretor, a realidade é outro.
Baggio conta que tem recebido muitos pedidos para exportação de açúcar endereçada à Índia, feitos pequenos comerciantes, por conta do aumento da produção de etanol que está prevista no país asiático. Assim, ele afirma que a Índia não terá excedente para exportação, o que é uma notícia que não está sendo considerada pelo mercado internacional e ainda deve impactar no mercado.
Mercado interno
No mercado físico brasileiro, como mostra o indicador Cepea Esalq, em São Paulo, o açúcar cristal branco teve nova redução, de 0,46%, e está cotado em R$ 166,40/saca. O açúcar cristal em Santos (FOB) também caiu, desvalorização de 0,90%, e tem valor de R$ 154,78/saca. O cristal empacotado vale R$ 17,2000/5kg, com baixa de 0,20%. O refinado amorfo está cotado em R$ 3,8919/kg, ganho de 0,26%. O VHP permance com preço de R$ 111,81/saca.
Em Alagoas, também com base no que mostra o indicador Cepea Esalq, o preço do açúcar está em R$ 157,55/saca. Na Paraíba, a cotação é de R$ 158,25/saca. Em Pernambuco, o adoçante vale R$ 151,57/saca.
Fonte: Notícias Agrícolas