Após um inverno mais frio que os anteriores, com episódios de geada, chuva congelada, neve e temperaturas negativas pela entrada frequente de massas de ar intensas pela região Sul, a primavera de 2025 começa nesta segunda-feira (22/9).
A nova estação tem início às 15h19 (de Brasília) e permanece em ação por 90 dias, até 21 de dezembro, quando abre espaço para o verão, às 12h03 (de Brasília).
Muito mais do que ser conhecida apenas pela relação direta com o desabrochar das flores, a primavera representa a transição do período mais seco para o mais chuvoso no Brasil. Neste ano, a estação terá o retorno gradual das precipitações, o que permitirá que o plantio da safra de verão aconteça sem atrasos, informa a Nottus Meteorologia.
O movimento começa pelo Sul, passa pelo Cerrado e termina no Matopiba, área que compreende Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, entre o Norte e o Nordeste.
Outro destaque é o aumento das temperaturas. De acordo com Celso Luis de Oliveira Filho, meteorologista da Tempo OK, a formação de ondas de calor não são descartadas, mas, caso aconteçam, não devem ser duradouras.
“No mais tardar, a partir de meados de outubro, a chuva será mais regular, ajudando o plantio em boa parte dos Estados, além de aumentar gradativamente o nível dos reservatórios. Já o calor irá aparecer em alguns momentos, como no início de outubro, mas não de uma forma tão persistente como em 2024”, completa.
Os últimos dias do inverno foram marcados pelo aumento das temperaturas, enquanto a primeira semana da primavera terá frio no Sul, Sudeste e em áreas do Centro-Oeste e até no Nordeste, com geada no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
“Eu não chamaria de onda de frio devido à duração, mas a queda de temperatura será muito perceptível até pela condição dos dias anteriores”, diz o especialista.
Como será o clima no Brasil?
O Modelo Europeu destaca, segundo a Nottus, que outubro, o primeiro mês completo da primavera, será marcado pelo início do período úmido, com a chuva ganhando força de forma gradual na área central do país. Para novembro e dezembro, os volumes se intensificam entre o Sudeste e o Norte, com registros acima da média antes da chegada do verão, respectivamente. Confira abaixo o clima em cada região.
Sul
- Chuva: no início, a primavera será marcada por volumes mais intensos, mas, com a possibilidade de formação do fenômeno La Niña, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná podem ser afetados pela estiagem nos últimos meses do ano, diminuindo o nível dos reservatórios e, como consequência, prejudicando a agricultura.
- Temperatura: o calor aumenta gradualmente, principalmente, na reta final da estação.
Sudeste
- Chuva: a precipitação será mais frequente e intensa a partir de outubro.
- Temperatura: apesar do calor acima do normal, não há previsão de que seja um fenômeno extremo. Para a agricultura, principalmente as culturas de café, cana-de-açúcar e laranja, a previsão indica condições melhores que em 2024, explica o meteorologista Celso Filho.
Centro-Oeste
- Chuva: assim como na região Sudeste – e por causa da proximidade –, os volumes de chuva se intensificam a partir de outubro.
- Temperatura: os termômetros irão registrar elevação das temperaturas, mas sem extremos nos três Estados. Pela condição, o plantio de soja será beneficiado em 2025.
Nordeste
- Chuva: a previsão do tempo indica volumes intensos, com destaque para novembro, o que deve, por exemplo, aumentar o nível dos reservatórios. Um deles é Sobradinho, na Bahia, considerado um dos maiores da região.
- Temperatura: calor fica entre a média e acima da média.
Norte
- Chuva: a estação é caracterizada pelo aumento da precipitação em cinco Estados (Acre, Rondônia, Tocantins, Amazonas e Pará), o que auxilia as áreas que passam por estiagem neste momento. Em Roraima, por sua vez, acontece o contrário. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alerta que a falta de chuva no sul da Amazônia ainda pode favorecer as queimadas e incêndios florestais em outubro.
- Temperatura: o calor em qualquer época do ano é uma das características da região e não será diferente na primavera de 2025. No entanto, o que chama a atenção é que as temperaturas não ficarão muito elevadas, porque as chuvas retornam mais cedo em comparação a 2024.
Por Daniela Walzburiech
Fonte: Globo Rural
