A ascensão dos carros elétricos representa um risco para o negócio da distribuição de combustíveis. Mas Ricardo Mussa, presidente da Raízen, dona dos postos Shell no Brasil e maior produtora de etanol do mundo, defende outro ponto de vista. Veja, abaixo, os principais pontos defendidos pelo executivo em entrevista concedida ao Portal NovaCana:
E2G
Mussa ressaltou a utilização sub-ótima da biomassa da cana-de-açúcar pela indústria, que é abordada pelo etanol de segunda geração (E2G), uma vez que a tecnologia permite uma produção de etanol 50% maior, com o mesmo volume de matéria-prima. Ele estacou ainda que 80% da produção de E2G da Raízen (proveniente de novas plantas para os próximos cinco anos) já está contratada, refletindo a valorização do mercado pela sustentabilidade do produto.
Investimento
Embora uma nova planta E2G exija investimentos significativos (R$ 1,2 a 1,3 bilhão), os custos operacionais são baixos e a produção futura já está contratada, levando a níveis de retorno previsíveis.
Eletrificação
O CEO da Raízen reconhece a crescente relevância dos veículos eletrificados, mas vê os motores movidos a hidrogênio como mais viáveis do que os movidos a bateria, dado o peso significativo destes últimos. Nesse sentido, o etanol seria importante por ser mais fácil de transportar em comparação ao hidrogênio. A empresa estuda uma nova tecnologia para transformar etanol em hidrogênio em postos de varejo.
SAF
Mussa acredita que faz sentido a Raízen estar na cadeia SAF (combustível sustentável para aviação), dada a posição da empresa na atual na cadeia de abastecimento de combustíveis para aviação. mesmo que a Raízen não possua tecnologia para converter etanol em SAF.
Oxxo
O executivo acredita que o negócio de lojas de varejo exige escala e densidade. A operação está atualmente em expansão, de acordo com os planos iniciai da Raízen, e se aproximando do ponto de equilíbrio, visando se tornar uma marca nacional.
Fonte: NovaCana