Preços nos postos: Estável na média nacional, etanol é vantajoso em quatro estados

Bomba para abastecimento com etanol em posto de combustíveis
Foto Divulgação/ Unica

Entre 28 de setembro a 4 de outubro, os preços do etanol ficaram estáveis na média nacional e os da gasolina registraram um leve aumento. O biocombustível foi negociado por R$ 4,30/L, com estabilidade frente a uma semana antes. Já o seu concorrente fóssil foi vendido a R$ 6,20/L, elevação de 0,2% ante os R$ 6,19/L anteriores.

Os números divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) levam em conta não somente o que é observado nos postos, mas também os volumes vendidos. Dessa forma, grandes mercados consumidores têm maior representatividade no resultado.

Assim, o preço do renovável se manteve dentro da faixa considerada economicamente favorável para o consumidor, ainda que bem próximo ao limite. Conforme a ANP, a relação entre o valor do etanol e o da gasolina foi de 69,4% na média nacional, inferior aos 69,5% do período anterior. Considerando as médias estaduais, o biocombustível é tido como competitivo em quatro estados.

De 29 de setembro a 3 de outubro, o hidratado foi vendido pelas usinas de São Paulo a R$ 2,7264/L, queda de 0,6% ante os R$ 2,7416/L da semana anterior. Já as usinas goianas passaram por uma retração de 1,4%, enquanto as mato-grossenses registraram baixa de 0,9%. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP.

Variações nos estados

Em relação aos valores nos postos, a amostragem de municípios tem mudado a cada análise. No período mais recente, a pesquisa foi feita em 306 cidades brasileiras, 27 a mais do que na semana anterior.

De acordo com a ANP, de 28 de setembro a 4 de outubro, os preços médios do etanol caíram em sete estados e no Distrito Federal, aumentaram em 12 e ficaram estáveis em sete. Já os da gasolina tiveram queda em 12 unidades da federação, subiram em oito e se mantiveram em sete.

Em São Paulo, o valor médio do biocombustível subiu 0,2%, para R$ 4,11/L, enquanto o da gasolina aumentou 0,5%, para R$ 6,08/L. Assim, a relação entre os preços ficou em 67,6%, um patamar considerado economicamente favorável para o renovável.

Em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 4,65/L, queda de 1,1%. Já a gasolina baixou 0,5%, para R$ 6,41/L. Dessa forma, a relação entre os valores dos combustíveis foi de 72,5%, sem vantagem econômica para o consumo do renovável.

Por sua vez, em Minas Gerais, os preços do etanol subiram 0,5%, para R$ 4,23/L, e os da gasolina reduziram em 0,2%, para R$ 6,01/L. Nesse caso, o renovável custou o equivalente a 70,4%, do preço do combustível fóssil, com o biocombustível perdendo competitividade no estado.

Em Mato Grosso, o valor médio do etanol ficou estável em R$ 4,33/L, assim como o da gasolina, em R$ 6,33/L. Com isso, a relação entre os preços foi de 68,4%, considerada favorável ao etanol.

Já em Mato Grosso do Sul, o etanol se estabilizou em R$ 3,91/L – o menor valor dentre todos os estados –, e a gasolina em R$ 5,94/L. Assim, o valor do biocombustível correspondeu a 65,8% do preço de seu concorrente fóssil, em um resultado economicamente favorável para o consumo do renovável e o mais competitivo do país.

Por fim, no Paraná, o etanol custou o equivalente a 68,3% do preço da gasolina, um patamar considerado vantajoso para o biocombustível. No período, o valor do etanol ficou estável em R$ 4,41/L e o da gasolina baixou 0,2%, para R$ 6,46/L.

Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também é possível acessar gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.

Corte de gastos

Atualmente, a empresa contratada pela ANP para a realização do levantamento é a Triad Research Consultoria e Pesquisa de Mercado. A vigência do acordo começou em 26 de setembro de 2022 e o cronograma inicial previa um crescimento gradual da amostragem, atingindo 459 municípios até 16 de abril de 2023.

Entretanto, o alcance do estudo foi reduzido a partir de julho de 2024 devido a cortes no orçamento da ANP. Em 8 de agosto, a ANP anunciou que a liberação de recursos deve permitir que a amostragem chegue a até 417 localidades.

Por Gabrielle Rumor Koster

Fonte: NovaCana