Preços do petróleo sobem em meio a preocupações com o fornecimento da Rússia e à próxima reunião do Fed

Navio-tanque russo de tamanho Aframax — Foto: Divulgação/Rosneft

Os preços do petróleo subiram ligeiramente na manhã de segunda-feira, 15 de setembro de 2025, continuando os ganhos modestos vistos na semana passada, enquanto os investidores avaliavam o impacto de possíveis interrupções no fornecimento de petróleo russo após ataques de drones ucranianos à infraestrutura energética de Moscou.

O foco do mercado esta semana também está firmemente voltado para o Federal Reserve (Fed), que deve cortar as taxas de juros em resposta à queda na demanda por combustível nos EUA.

Às 07h35 (horário de Brasília), os contratos futuros do Brent para novembro subiam 0,25%, para US$ 67,16 por barril, enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate para outubro subia 0,35%, para US$ 62,91 por barril.

O risco de interrupções no fornecimento por parte da Rússia continua sendo um fator-chave para sustentar os preços. Na semana passada, o petróleo subiu cerca de 1% após a Ucrânia intensificar os ataques a ativos energéticos russos, incluindo o terminal de exportação de Primorsk e a refinaria de Kirishinefteorgsintez.

Analistas observam que esses ataques podem remover temporariamente volumes significativos de petróleo russo dos mercados globais, afetando particularmente grandes compradores como Índia e China.

Os esforços dos EUA para apaziguar o conflito Rússia-Ucrânia continuam, embora Moscou tenha indicado na sexta-feira que as negociações de cessar-fogo com Kiev estavam paralisadas.

Ao mesmo tempo, Washington vem pressionando os países do G7 por tarifas comerciais mais altas sobre as importações chinesas e indianas, após a imposição de uma tarifa de 50% sobre as compras indianas de petróleo russo no final de agosto. Restrições adicionais podem restringir ainda mais a oferta global se o conflito continuar.

O suporte aos preços do petróleo também veio da desvalorização do dólar americano. O dólar americano se desvalorizou antes do corte previsto da taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed), que se segue a uma série de leituras fracas do mercado de trabalho e dados de inflação mistos.

De acordo com o CME FedWatch, o mercado atualmente vê uma probabilidade de 96,4% de uma redução de 25 pontos-base na taxa de juros e uma chance de 3,6% de um corte de 50 pontos-base. Taxas de juros mais baixas geralmente estimulam a atividade econômica, o que, por sua vez, pode sustentar a demanda por combustível nos próximos meses.

A desvalorização do dólar também impulsionou as commodities cotadas em moeda americana, ajudando a elevar os preços do petróleo e de outras commodities globais. Com os riscos geopolíticos e as expectativas de política monetária impulsionando o sentimento do mercado, os traders de petróleo estão monitorando de perto os desdobramentos das tensões entre Rússia e Ucrânia e as decisões do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Por Fiona Craig

Fonte: ADVFN