
Os preços do açúcar fecharam em baixa nesta sexta-feira (29) nas bolsas internacionais, pressionados pelo novo relatório da Unica sobre a produção no Centro-Sul do Brasil durante a primeira quinzena de agosto. Com isso, o adoçante acumulou também uma redução na comparação semanal em Nova Iorque.
Na Bolsa de Nova Iorque, os contratos recuaram de forma uniforme. O outubro/25 caiu 0,11 cent (-0,67%), a 16,37 cents/lbp. O março/26 também recuou 0,11 cent (-0,64%), cotado a 17,01 cents/lbp. O maio/26 perdeu 0,10 cent (-0,60%), negociado a 16,71 cents/lbp, enquanto o julho/26 cedeu 0,11 cent (-0,66%), fechando em 16,58 cents/lbp.
Na comparação semanal em NY, todos os contratos acumularam baixas: o outubro/25, que estava em 16,48 cents/lbp, caiu 0,67%; o março/26 recuou 0,82% frente aos 17,15 cents/lbp da semana anterior; o maio/26, que havia fechado a 16,85 cents/lbp, perdeu 0,83%; e o julho/26, cotado a 16,71 cents/lbp no fechamento passado, terminou a semana em queda de 0,78%.
Em Londres, o movimento também foi de baixa. O outubro/25 caiu US$ 0,50 (-0,10%), para US$ 492,70 por tonelada. O dezembro/25 recuou US$ 3,00 (-0,62%), a US$ 477,70 por tonelada. O março/26 teve a maior perda do dia, cedendo US$ 4,80 (-1,01%), a US$ 471,40 por tonelada, enquanto o maio/26 caiu US$ 4,50 (-0,95%), fechando em US$ 469,90 por tonelada.
Na variação semanal em Londres, os resultados foram mistos. O outubro/25, que havia encerrado a US$ 486,70 por tonelada, avançou 1,24%. O dezembro/25 caiu 0,15% frente aos US$ 478,40 da sexta-feira anterior. O março/26, que estava em US$ 477,50, recuou 1,28%, enquanto o maio/26 caiu 1,39% em relação aos US$ 476,50 da semana anterior.
Segundo a Unica, a produção de açúcar na região somou 3,615 milhões de toneladas na primeira metade de agosto, um aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado foi impulsionado pelo mix açucareiro mais elevado, com 55% da cana destinada à produção do adoçante, frente a 49,15% no ano anterior. Ainda assim, no acumulado da safra 2025/26 até meados de agosto, a produção soma 22,886 milhões de toneladas, queda de 4,7% na comparação anual.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, João Baggio, diretor-presidente da G7 Agro Consultoria, explicou que o Centro-Sul tem produzido mais açúcar do que etanol por conta dos contratos fixados pelas usinas no ano anterior, com preços mais vantajosos. Até por isso têm sido vistos recordes de embarques de açúcar no porto de Santos, conforme explicou.
Baggio também avaliou que, apesar do aumento pontual na quinzena, há uma quebra importante na safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul, já identificada pelas consultorias, apesar do último relatório da Conab ter sido mais otimista, o que, segundo ele, deve ser revisado.
Para o diretor, a partir de agora até o final do ano, o mercado vai começar a precificar a quebra na safra, o que deve começar a se refletir nas cotações.
Fonte: Notícias Agrícolas