
Por Gabrielle Rumor Koster
Entre os dias 10 e 16 de agosto, os preços do etanol e da gasolina subiram na média nacional. O biocombustível foi negociado por R$ 4,19/L, alta de 0,5% frente os R$ 4,17/L da semana anterior. Já o seu concorrente fóssil foi vendido a R$ 6,20/L, com incremento de 0,2% no mesmo comparativo.
Os números divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) levam em conta não somente o que é observado nos postos, mas também os volumes vendidos. Dessa forma, grandes mercados consumidores têm maior representatividade no resultado.
Ainda assim, o preço do renovável se manteve dentro da faixa considerada economicamente favorável para o consumidor. Conforme a ANP, a relação entre o valor do etanol e o da gasolina foi de 67,6% na média nacional, acima dos 67,4% do período anterior. Considerando as médias estaduais, o biocombustível é tido como competitivo em seis estados.
De 11 a 15 de agosto, o hidratado foi vendido pelas usinas de São Paulo a R$ 2,6551/L, elevação de 1% ante os R$ 2,6296/L da semana anterior. Já as usinas goianas passaram por uma queda de 0,1%, enquanto as mato-grossenses subiram 1,8%. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP.
Variações nos estados
Em relação ao valor nos postos, a amostragem de municípios tem mudado a cada análise. No período mais recente, a pesquisa foi feita em 272 cidades brasileiras, quatro a menos do que na semana anterior.
De acordo com a ANP, de 10 a 16 de agosto, os preços médios do etanol caíram em 12 estados, aumentaram em dez e no Distrito Federal e ficaram estáveis em quatro. Já os da gasolina tiveram queda em 16 unidades da federação, subiram em oito e se mantiveram em três.
Em São Paulo, o valor médio do biocombustível subiu 0,5%, para R$ 3,97/L, enquanto o da gasolina aumentou 0,3%, para R$ 6,06/L. Assim, a relação entre os preços ficou em 65,5%, um patamar considerado economicamente favorável para o renovável.
Em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 4,40/L, redução de 0,9%. Já a gasolina caiu 1%, para R$ 6,19/L. Dessa forma, a relação entre os valores dos combustíveis foi de 71,1%, sem vantagem econômica para o consumo do renovável.
Por sua vez, em Minas Gerais, os preços do etanol subiram 1,2%, para R$ 4,20/L, e os da gasolina caíram 0,2%, para R$ 6,09/L. Nesse caso, o renovável custou o equivalente a 69% do preço do combustível fóssil, com o biocombustível sendo considerado competitivo.
Em Mato Grosso, o valor médio do etanol aumentou 3,8%, para R$ 4,12/L, e o da gasolina subiu 2,1%, indo a R$ 6,28/L. Com isso, a relação entre os preços ficou em 65,6%, deixando de ser a mais competitiva do país.
Já em Mato Grosso do Sul, o etanol caiu 0,5%, para R$ 3,87/L, o menor valor dentre todos os estados, enquanto a gasolina baixou 0,2%, para R$ 5,95/L. Assim, o valor do biocombustível correspondeu a 65% do preço de seu concorrente fóssil, em um resultado economicamente favorável para o consumo do renovável e o mais competitivo do país.
Por fim, no Paraná, o etanol custou o equivalente a 68% do preço da gasolina, um patamar considerado vantajoso para o biocombustível. No período, o valor do etanol subiu 0,2%, para R$ 4,41/L, e o da gasolina aumentou 0,3%, para R$ 6,49/L.
Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também é possível acessar gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.
Corte de gastos
Atualmente, a empresa contratada pela ANP para a realização do levantamento é a Triad Research Consultoria e Pesquisa de Mercado. A vigência do acordo começou em 26 de setembro de 2022 e o cronograma inicial previa um crescimento gradual da amostragem, atingindo 459 municípios até 16 de abril de 2023.
Entretanto, o alcance do estudo foi reduzido a partir de julho de 2024 devido a cortes no orçamento da ANP. Em 8 de agosto, a ANP anunciou que a liberação de recursos deve permitir que a amostragem chegue a até 417 localidades.
Fonte: NovaCana