
Por Felipe Erlich
O preço do petróleo Brent, negociado internacionalmente, caiu cerca de 16% no último mês de abril – para cerca de 62 dólares. Trata-se da maior queda para um único mês em praticamente quatro anos, desde 2021, ano em que a pandemia da Covid-19 assolava a atividade econômica pelo mundo. A política comercial do governo de Donald Trump, dos Estados Unidos, e os movimentos da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), são as principais explicações para a queda.
A imposição de uma série de tarifas por Trump acende temores de uma recessão global ocasionada pelo iminente encarecimento de produtos, realidade que impactaria negativamente a demanda global por petróleo. Após segurar a produção de petróleo com a intenção de pressionar os preços, a Opep+ está iniciando um momento de maior produção: um aumento de 411 mil barris de petróleo por dia foi anunciado em abril. A soma da instabilidade nas cadeias de produção causada por Trump e do aumento da produção de petróleo no mundo funciona como tempestade perfeita para a derrubada do preço da commodity.
A derribada da cotação da commodities pode se aprofundar ao longo do ano, segundo projeção do banco americano Goldman Sachs. O cenário é incerto, mas está na mesa a possibilidade do petróleo ser vendido na faixa de 40 dólares por barril em 2026. Em um cenário “extremo”, o preço poderia cair ainda mais, segundo relatório do banco.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), afirmou em meados de abril que a queda do petróleo deve culminar na redução dos preços praticados no Brasil. “Tenho extrema convicção de que teremos boas notícias nos combustíveis nos próximos dias”, disse. No dia seguinte à fala de Silveira, a Petrobras anunciou uma redução de 0,12 reais por litro no preço do diesel vendido às distribuidoras, em 17 de abril. Quanto ao preço da gasolina, a estatal segue praticando os mesmos valores reajustados em julho do ano passado.
Fonte: Veja