Preço do etanol tem sétima semana consecutiva de queda na média nacional

Foto: Agência Brasil

Por Giully Regina

Entre os dias 29 de junho e 5 de julho, os preços do etanol passaram pela sétima queda consecutiva na média nacional, de 0,7%, saindo de R$ 4,19 por litro para R$ 4,16/L. A gasolina, por sua vez, ficou estável em R$ 6,23/L pela segunda semana seguida.

Os números divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) levam em conta não somente o que é observado nos postos, mas também os volumes vendidos. Dessa forma, grandes mercados consumidores têm maior representatividade no resultado.

Com a diminuição das tensões no Oriente Médio, o petróleo Brent está caindo e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a gasolina e o diesel brasileiros podem passar por uma nova redução de preços caso o cenário se mantenha.

Por enquanto, o preço do renovável se manteve dentro da faixa considerada economicamente favorável para o consumidor. Conforme a ANP, a relação entre o valor do etanol e o da gasolina foi de 66,8% na média nacional, abaixo dos 67,3% do período anterior. Considerando as médias estaduais, o biocombustível é tido como competitivo em seis estados.

De 30 de junho a 4 de julho, o hidratado foi vendido pelas usinas de São Paulo a R$ 2,6055/L, retração de 0,2% ante os R$ 2,6099/L da semana anterior. As usinas mato-grossenses também passaram por uma redução de 0,5%, enquanto as goianas registraram um incremento de 0,1%. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP.

Variações nos estados

Em relação ao valor nos postos, a amostragem de municípios tem mudado a cada análise. No período mais recente, a pesquisa da ANP foi feita em 368 cidades brasileiras, três a mais do que na semana anterior.

De acordo com a ANP, de 29 de junho a 5 de julho, os preços médios do etanol caíram em 15 estados, aumentaram em quatro e ficaram estáveis em sete e no Distrito Federal. Já os da gasolina tiveram queda em 12 unidades da federação, subiram em oito e se mantiveram em sete.

Em São Paulo, o valor médio do biocombustível caiu 0,5%, para R$ 3,96/L, enquanto o da gasolina baixou 0,2%, para R$ 6,06/L. Assim, a relação entre os preços ficou em 65,3%, um patamar considerado economicamente favorável para o renovável.

Em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 4,27/L, redução de 3,4%. Já a gasolina retraiu 0,8%, para R$ 6,19/L. Dessa forma, a relação entre os preços dos combustíveis foi de 69%, retornando ao nível que traz vantagem econômica para o consumo do renovável.

Por sua vez, em Minas Gerais, o preço do etanol se manteve em R$ 4,23/L, enquanto a gasolina teve uma redução de 0,2%, para R$ 6,17/L. Nesse caso, o renovável custou o equivalente a 68,6% do preço do combustível fóssil, com o biocombustível sendo considerado competitivo.

Em Mato Grosso, o valor médio do etanol teve queda de 1,8%, para R$ 3,78/L, menor preço dentre todos os estados, enquanto a gasolina caiu 0,3%, para R$ 6,08/L. Com isso, a relação entre os preços ficou em 62,2%, a mais competitiva do país.

Já em Mato Grosso do Sul, tanto o etanol quanto a gasolina ficaram estáveis na semana, em R$ 3,92/L e R$ 5,98/L, respectivamente. Assim, o valor do biocombustível correspondeu a 65,6% do preço de seu concorrente fóssil, em um resultado economicamente favorável para o consumo do renovável.

Por fim, no Paraná, o etanol custou o equivalente a 67,6% do preço da gasolina, um patamar considerado vantajoso para o biocombustível. No período, o valor do etanol caiu 0,2%, para R$ 4,39/L, e o da gasolina retraiu 0,5%, para R$ 6,49/L.

Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também é possível acessar gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.

Corte de gastos

Atualmente, a empresa contratada pela ANP para a realização do levantamento é a Triad Research Consultoria e Pesquisa de Mercado. A vigência do acordo começou em 26 de setembro de 2022 e o cronograma inicial previa um crescimento gradual da amostragem, atingindo 459 municípios até 16 de abril de 2023.

Entretanto, o alcance do estudo foi reduzido a partir de julho de 2024 devido a cortes no orçamento da ANP. Com isso, a abrangência máxima passou a ser de 358 cidades.

Em 23 de junho de 2025, a ANP anunciou uma nova redução amostral no contrato. A agência relata que tinha a previsão de voltar a atingir 459 municípios no segundo semestre deste ano, mas que os cortes orçamentários devem permitir a amostragem máxima de 390 municípios para preços de combustíveis automotivos.

Na mesma ocasião, a reguladora afirmou que irá suspender o Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) de 1º a 31 de julho deste ano.

Fonte: NovaCana