Porsche apresenta sua gasolina sintética e sustentável

Instalações da Porsche no Chile, em Punta Arenas – Divulgação

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo relata o desempenho de testes da Porsche com o novo combustível, uma gasolina produzida em Punta Arenas, no Chile. Com ventos abundantes, é o local perfeito para se aproveitar a energia eólica e movimentar todo o processo da forma menos poluente possível. A matéria-prima prima vem do ar. O próprio CO2 é combinado ao hidrogênio —que, por sua vez, é retirado da molécula da água retirada do oceano por meio da eletrólise.

A combinação de CO2 e hidrogênio resulta em metanol. Após processado, esse composto é transformado em uma gasolina sintética com as mesmas características da disponível nos postos europeus —incluindo a adição de 10% de etanol anidro.

A Porsche acredita que ali está a solução para que 1,3 bilhão de carros continuem a circular de forma sustentável —pelo menos do ponto de vista da emissão de CO2.


A matéria também traz a análise de desempenho de um test-drive realizado em São Paulo. Em um trajeto curto e em trânsito pesado, o funcionamento foi normal, sem oscilações de rotação em marcha lenta. O computador de bordo marcou a média de 4,3 km/l. Considerando as condições de tráfego e percurso, além do modelo do veículo, um esportivo com motor boxer de seis cilindros e 385 cv de potência—, o consumo ficou dentro do esperado.

O caminho a ser percorrido ainda parece longo para o “e-fuel”, nome que a  Porsche deu para seu combustível. Se a produção e venda estivessem prontas nos dias de hoje, o litro da gasolina sintética estaria à venda com preço cinco vezes maior do que a gasolina tradicional.  A boa notícia é que a viabilidade de produção cabe em qualquer lugar do mundo que ofereça energia limpa, em especial, a eólica, sendo que os parques eólicos offshore em desenvolvimento, no Brasil, fortalecem essa possibilidade. Se tudo der certo, no final, o ganho de escala deve reduzir o preço por litro, com o benefício de não haver a necessidade de adaptações mecânicas dos veículos tradicionais.

Íntegra da matéria: Folha de S.Paulo (para assinantes)