
O mercado internacional de petróleo encerrou esta quinta-feira (16/10) em terreno negativo, refletindo um dia de menor tensão geopolítica e dados de estoques acima do esperado nos Estados Unidos. Após semanas de volatilidade, os investidores adotaram uma postura mais cautelosa diante do avanço das conversas diplomáticas entre EUA e Rússia, o que reduziu o prêmio de risco geopolítico que vinha sustentando os preços.
Os contratos futuros do petróleo WTI (CCOM:OILCRUDE) recuaram 1,96%, encerrando o pregão a US$ 57,15 por barril, após oscilar entre a mínima de US$ 56,85 e a máxima de US$ 58,69. Já o petróleo Brent (CCOM:OILBRENT), referência global da commodity, caiu 2,09%, para US$ 60,98 por barril, marcando seu menor fechamento desde maio. O aumento inesperado dos estoques americanos reportado pelo Departamento de Energia (DoE) pressionou ainda mais as cotações no fim da tarde.
Na B3, as ações da Petrobras (BOV:PETR3) | (BOV:PETR4) | (NYSE:PBR) | (NYSE:PBR.A) acompanharam a fraqueza da commodity, com PETR3 recuando 0,79%, a R$ 31,49, e PETR4 caindo 1,04%, a R$ 29,44. Em Nova York, os ADRs da Petrobras também fecharam em queda — PBR cedeu 0,77%, a US$ 11,55, e PBR.A caiu 0,46%, a US$ 10,85. O movimento refletiu tanto a pressão sobre o petróleo quanto a cautela com o cenário fiscal doméstico.
No Brasil, o noticiário corporativo da Petrobras trouxe avanços e desafios. A estatal recebeu sinalização positiva do Ibama para o licenciamento ambiental de exploração na Margem Equatorial, além de ter anunciado a venda de 6 milhões de barris de petróleo para a Índia. Por outro lado, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) reagiu negativamente à proposta de acordo coletivo apresentada pela empresa. Segundo a ANP, a produção do pré-sal continua em alta, respondendo por quase 80% da produção nacional.
Entre as demais petroleiras brasileiras, PRIO (BOV:PRIO3) caiu 1,13%, a R$ 34,21, e PetroRecôncavo (BOV:RECV3) recuou 0,49%, a R$ 12,17, acompanhando o humor negativo do setor. Lá fora, os papéis da Shell (NYSE:SHEL) e BP (NYSE:BP) caíram 0,71% e 1,59%, respectivamente, após ambas divulgarem projeções mais conservadoras para o quarto trimestre. Já TotalEnergies (NYSE:TTE) destoou com leve alta de 0,88%, cotada a US$ 52,57, sustentada por resultados operacionais acima das estimativas.
No panorama global, a Opep+ manteve o foco em ajustes graduais de produção, com o mercado interpretando a decisão de aumentar modestamente a oferta a partir de outubro como sinal de estabilidade. Analistas da Eurasia projetam que, com a retomada da oferta e a demanda desacelerando, os preços podem recuar para a faixa de US$ 55 a US$ 65 por barril no início de 2026.
Por JL Torres
Fonte: ADVFN