Petróleo ganha, apesar de cautela dos investidores com guerra comercial

Plataforma offshore de petróleo na costa angolana – Foto: AFP


O petróleo segue esta segunda-feira (28/04) a negociar em alta, depois da última semana ter sido de altos e baixos. Os investidores têm revelado alguma cautela na análise dos mais recentes desenvolvimentos na guerra comercial, com a China a redobrar esforços para que a sua economia não seja afetada pelas tarifas. O Brent, que serve de referência para Portugal, sobe 0,18% para 66,99 dólares por barril, enquanto o norte-americano West Texas Intermediate (WTI) avança 0,27% para 63,19 dólares.

Na China – que é o maior importador de petróleo bruto –, o Governo reitera que vai avançar com os planos para apoiar o emprego e o crescimento, e assegura que está “totalmente confiante” de que o país irá crescer em torno dos 5% em 2025, apesar das recentes revisões em baixa do crescimento mundial devido às tarifas norte-americanas.

Do lado dos Estados Unidos da América (EUA), o secretário do Tesouro, Scott Bessent, declarou à ABC News que as negociações estão em curso e que “algumas delas estão a correr muito bem, especialmente com os países asiáticos.”

Vandana Hari, fundadora da Vanda Insights em Singapura, explica à Reuters que os investidores estão “atentos a um degelo na guerra comercial entre os EUA e a China enquanto oportunidade de compra” de petróleo. A reunião dos países produtores de petróleo, a OPEP+, só terá lugar na próxima segunda-feira (5) e, por isso, os investidores estão mais atentos às novidades sobre a guerra comercial.

Isto porque o conflito, liderado pelos EUA, está a sufocar a actividade económica e a prejudicar a procura por energia. O petróleo Brent está a caminhar para a maior perda mensal desde 2022, depois de ter atingido um mínimo em quatro anos.

Também em termos geopolíticos, os EUA e o Irão dão sinais de progresso nas negociações sobre um acordo para pôr fim ao programa nuclear de Teerão. Noutra frente, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, esteve reunido com o homólogo norte-americano, Donald Trump, numa conversa “olhos nos olhos” para pôr fim à guerra na Ucrânia, que já leva mais de três anos.

Esta semana será marcada ainda pela divulgação de vários dados trimestrais sobre as perspectivas sobre o mercado global de petróleo bruto de grandes empresas, como a BP, Shell, Chevron e Exxon Mobil.

Fonte: Diário Econômico