
O barril de petróleo está a negociar praticamente inalterado face à sessão anterior, dia em que conseguiu crescer mais de 3,5% (o maior avanço diário em cerca de seis semanas), impulsionado por renovadas pressões de Donald Trump a Vladimir Putin. O Presidente norte-americano tem vindo a endurecer a retórica relativamente a Moscovo e mostra grande impaciência com a relutância do líder russo em chegar a um acordo de cessar-fogo com a Ucrânia.
No regresso de uma visita à Escócia, Trump fez um novo ultimato a Putin: a Rússia tem dez dias para acabar a guerra ou terá de enfrentar novas sanções económicas por parte de Washigton, que podem ir de tarifas a outras formas de punição, revelou. O republicano não se mostrou preocupado com o impacto que esta decisão terá no mercado petrolífero, afirmando que “há muito petróleo no nosso país [EUA]. Vamos só começar a produzir ainda mais”.
Nesta manhã, o Brent – que serve de referência para as exportações europeias – avança 0,07%, para 72,56 dólares, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) cai 0,01%, para 69,20 dólares – aproximando-se, pela primeira vez dos 70 dólares, desde finais de Junho.
“Esta é uma reacção impulsiva [por parte do mercado], motivada mais pelo ruído do que por fundamentos duradouros”, explica Priyanka Sachdeva, analista de mercado da Phillip Nova, à Bloomberg. A especialista acredita que os barris russos vão continuar a entrar no mercado mundial através da Ásia, contornando possíveis novas sanções por parte dos EUA, e diluindo o impacto no mercado petrolífero.
O crude encaminha-se para registar o terceiro mês consecutivo de ganhos, depois de um início de ano bastante conturbado para a matéria-prima. Os investidores viram agora as suas atenções para o prazo estabelecido pela Casa Branca para alcançar um acordo com os seus parceiros comerciais, que termina já na sexta-feira (1), bem como para a reunião do Comité de Política Monetária da Reserva Federal.
Os membros do banco central devem decidir por uma manutenção das taxas de juro no intervalo actual de 4,25% e 4,5%, com o foco apontado para o discurso do presidente Jerome Powell após o fim da reunião.
Fonte: Diário Econômico