Petróleo despenca e Magda Chambriard reage: queda do Brent pressiona Petrobras a rever preços da gasolina e do diesel

Foto: Petrobras/Divulgação

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, comentou em 15 de outubro de 2025 sobre a forte queda do preço do petróleo Brent. O valor se aproxima de US$ 62 por barril, o menor nível desde junho. Além disso, a executiva publicou um gráfico em suas redes sociais com a frase: “Uma figura vale mais do que muitas palavras”.

A publicação, portanto, destacou o movimento de baixa nas cotações internacionais. O gráfico, referente ao período entre 16 de setembro e 10 de outubro, mostra claramente a curva descendente do barril.
O petróleo perdeu cerca de US$ 15 em quatro meses, o que evidencia uma tendência contínua.

Esse movimento ocorre em um contexto de desaquecimento da demanda global, pressionado pelas tensões comerciais entre China e Estados Unidos, conforme explicou o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

Petrobras mantém gasolina mais cara e diesel mais barato que o exterior

Enquanto o Brent recua, a Petrobras continua mantendo uma diferença significativa nos preços dos combustíveis vendidos no país. De acordo com dados divulgados em 16 de outubro pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a estatal vende gasolina 9% mais cara e diesel até 4% mais barato em relação ao mercado internacional.

Por essa razão, especialistas consultados pelo jornal O GLOBO afirmam que esse comportamento configura um possível subsídio cruzado. A empresa, portanto, compensa perdas no diesel com margens mais altas na gasolina.

Sérgio Araújo, presidente da Abicom, destacou ainda que o critério de precificação “não é transparente e parece misturar paridade de importação e exportação”. Ele acrescentou que, além disso, há um aparente desequilíbrio na política de preços, pois o diesel está abaixo da paridade internacional há semanas, enquanto a gasolina permanece mais cara.

Magda defende estabilidade e transparência na política de preços

Durante um evento realizado no Rio de Janeiro em 15 de outubro, Magda Chambriard evitou antecipar qualquer reajuste. No entanto, ela reafirmou que a empresa busca estabilidade para evitar sobressaltos ao mercado interno.

Além disso, segundo a executiva, a estratégia da Petrobras considera três pilares fundamentais: paridade de importação, paridade de exportação e participação de mercado (market share). “É estabilidade de preços, evitando volatilidade para o consumidor brasileiro. Isso vale tanto para o diesel quanto para a gasolina”, afirmou Magda, reforçando o compromisso da estatal com previsibilidade.

Contexto internacional pressiona o Brent

O preço do barril Brent caiu de US$ 77 em junho para cerca de US$ 62 em outubro de 2025, segundo acompanhamento da Agência Internacional de Energia (IEA). Esse recuo, por sua vez, reflete o enfraquecimento do otimismo global e gera cautela entre investidores. A expectativa de superávit mundial de petróleo em 2026 também mantém pressão de baixa nas cotações, o que afeta diretamente as decisões corporativas.

Além disso, analistas observam que as tensões geopolíticas e a desaceleração industrial na China reduzem a demanda energética, impactando de forma direta o equilíbrio global da commodity. Portanto, o cenário internacional continua sendo um fator crucial para o comportamento dos preços.

Tendência de curto prazo

Com o Brent em trajetória descendente e os combustíveis desalinhados da paridade internacional, o mercado aguarda, portanto, a próxima atualização da Petrobras.

A estatal, entretanto, mantém a política de evitar reajustes bruscos, priorizando previsibilidade e estabilidade de longo prazo. Dessa forma, a situação ilustra o desafio da gestão de Magda Chambriard, que precisa equilibrar competitividade e política pública em um cenário de volatilidade global. Além disso, a combinação entre queda do Brent e divergência de preços internos mantém a estatal sob forte observação do mercado e dos consumidores.

Por Caio Aviz

Fonte: Click Petróleo e Gás