Petróleo cai mesmo com extensão da trégua comercial entre EUA e China

Plataforma de petróleo – Foto: Agência Petrobras

Os valores do petróleo encerraram o dia em baixa nesta terça-feira (12), não aproveitando os efeitos da extensão da trégua tarifária entre Estados Unidos e China. Os investidores continuam preocupados com uma possível oferta excessiva no mercado futuro.

No início do pregão, os preços estavam positivos, mas o barril de Brent do Mar do Norte para entrega em outubro fechou em queda de 0,77%, situando-se em 66,12 dólares.

O equivalente americano, o barril West Texas Intermediate para entrega em setembro, caiu 1,24%, fechando a 63,17 dólares.

Donald Trump, presidente dos EUA, assinou um decreto prolongando por 90 dias a trégua comercial com a China, que expirava nesta terça-feira. A China tomou uma medida similar, mantendo as tarifas atuais: 30% para produtos chineses importados pelos EUA e 10% para produtos americanos importados pela China.

Arne Lohmann Rasmussen, analista da Global Risk Management, destacou que esse acordo é significativo para o mercado de commodities ao reduzir o risco de uma estagnação completa da economia chinesa no outono boreal.

Apesar disso, o petróleo sofre com pressões baixistas persistentes, como o aumento considerável da oferta da Opep+ e dados econômicos negativos dos Estados Unidos e da China, os dois maiores consumidores mundiais, segundo Carsten Fritsch, do Commerzbank.

Com a chegada do outono no hemisfério norte, há o risco de um aumento ainda maior no excesso de oferta no mercado de petróleo.

Recentemente, houve especulações de que os preços do petróleo poderiam subir devido a uma possível redução da oferta russa, motivada por ameaças de sanções do presidente Trump.

Projeções da Opep para o mercado de petróleo

A Opep divulgou nesta terça-feira suas previsões para a demanda global de petróleo, mantendo a expectativa de crescimento para este ano e aumentando levemente as projeções para 2026. O crescimento é impulsionado pela expansão da economia mundial, enquanto a incerteza provocada pelas tarifas americanas diminui.

De acordo com o relatório mensal da Opep, a demanda global deve crescer em 1,3 milhão de barris por dia (mbd) em 2025 e em 1,4 mbd em 2026, alcançando 105,1 mbd e 106,5 mbd, respectivamente.

A organização indicou que as previsões de crescimento econômico global para 2025 sofreram um ajuste ligeiramente positivo, chegando a 3,0%, mantendo-se firme em 3,1% para 2026.

Para 2025, o aumento da demanda será impulsionado principalmente por países fora da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com um acréscimo estimado em 1,2 mbd, destacando a Índia e a China. Para os países membros da OCDE, espera-se um crescimento mais modesto, de cerca de 0,1 mbd.

Em 2026, a Opep prevê que a demanda aumentará em 1,2 mbd fora da OCDE e aproximadamente 0,2 mbd dentro da OCDE.

Fonte: Notícias do Planalto