
A forte queda do preço do petróleo, que se mantém próxima dos US$ 60 o barril, trouxe um desafio estratégico para a Petrobras na elaboração do Plano de Negócios 2026-2030. O plano anterior foi projetado com base em um barril de US$ 80, e a diferença de valor pode representar bilhões em perdas de receita. Diante desse cenário, a estatal deve escolher entre se endividar, adiar projetos ou reduzir investimentos em pleno ano eleitoral, o que aumenta a complexidade das decisões. Com informações do Folha de Pernambuco.
Internamente, a tendência é manter o portfólio de projetos, mas reduzir o valor total de investimentos de US$ 111 bilhões para algo próximo de US$ 100 bilhões. Analistas afirmam que a estatal deve priorizar o autofinanciamento, evitando ampliar a dívida, atualmente com teto de US$ 75 bilhões. A queda do preço do barril pode ser compensada parcialmente pelo aumento da produção, mas a necessidade de disciplina financeira será ainda maior.
Para especialistas como Adriano Pires e Edmar Almeida, o cenário global de excesso de oferta e desaceleração econômica pressiona o setor. A Rússia, a Guiana e os Estados Unidos seguem produzindo em ritmo elevado, o que mantém os preços baixos. Segundo estimativas, cada redução de US$ 15 no preço do barril pode gerar perdas de até R$ 362 bilhões em cinco anos. Em ano eleitoral, a Petrobras se vê entre o risco de comprometer dividendos e a tentação política de usar os preços baixos como alívio para os combustíveis.
Fonte: 180 graus