Petrobras confirma: não haverá pagamento de dividendos extraordinários em 2025

Refinaria no Ceará – Foto: Divulgação/Lubnor

Por Helena Serpa

Petrobras anunciou oficialmente que não deve realizar o pagamento de dividendos extraordinários ao longo de 2025. A decisão está diretamente ligada à atual conjuntura dos preços internacionais do petróleo, que têm se mantido em torno dos 60 dólares por barril, valor considerado baixo para a geração de caixa excedente da companhia.

Durante a teleconferência dos resultados do segundo trimestre de 2025, Fernando Melgarejo, diretor de Relações com Investidores da Petrobras, destacou os desafios enfrentados para a distribuição de dividendos fora do calendário habitual, explicando os fatores que limitam esse tipo de remuneração aos acionistas.

Contexto atual e fatores

Para que a Petrobras possa realizar dividendos extraordinários, é necessário que a empresa disponha de recursos em caixa além do necessário para cobrir seus investimentos (Capex) e despesas operacionais (Opex). Segundo Melgarejo, essa sobra de caixa depende diretamente de duas variáveis:

Apesar do avanço na produção, o preço atual limita a geração de caixa operacional excedente, fator essencial para que a companhia possa distribuir dividendos adicionais.

Evolução da produção e investimentos

A Petrobras tem investido na recomposição de suas reservas e no aumento da produção, esforços que demandam recursos financeiros significativos.

Participação do governo

Do valor pago no segundo trimestre, o governo federal detém uma fatia de 28,67%, reforçando sua condição de principal acionista da empresa. Essa participação torna a gestão dos dividendos um tema sensível para a política econômica do país.

Impactos no segundo trimestre de 2025

Além das despesas operacionais, a Petrobras registrou um impairment (revisão para baixo do valor de ativos) no valor de R$ 1,041 bilhão no período. Essa depreciação reflete ajustes necessários na avaliação econômica dos investimentos e afeta diretamente o resultado financeiro da empresa.

Projeções para o restante de 2025 e expectativas do mercado

Fernando Melgarejo ressaltou que os eventos que impactaram os resultados do segundo trimestre são pontuais e não devem se repetir nos próximos períodos.

O papel estratégico dos dividendos para a Petrobras e os investidores

A capacidade de pagar dividendos está diretamente ligada à performance operacional da empresa e às condições do mercado global de petróleo, incluindo oferta, demanda e variações de preços. Por isso, oscilações no cenário internacional refletem diretamente na política de dividendos da estatal.

Perguntas frequentes (FAQ):

Por que a Petrobras não vai pagar dividendos extraordinários em 2025?

Porque o preço do petróleo está em um patamar baixo, cerca de US$ 60 por barril, o que limita a geração de caixa operacional excedente necessária para esse tipo de distribuição.

O que são dividendos ordinários e extraordinários?

Dividendos ordinários são pagos regularmente com base no lucro do período, enquanto dividendos extraordinários são pagamentos adicionais quando a empresa possui caixa excedente além do necessário para operações e investimentos.

Qual a participação do governo federal nos dividendos da Petrobras?

O governo federal detém cerca de 28,67% dos dividendos pagos, sendo o maior acionista da Petrobras.

Como o aumento das despesas operacionais impacta o pagamento de dividendos?

Despesas maiores reduzem o lucro líquido e a geração de caixa, limitando a capacidade da empresa de distribuir dividendos, especialmente os extraordinários.

O que é impairment e como afeta a Petrobras?

Impairment é a redução do valor contábil dos ativos da empresa, que impacta negativamente o resultado financeiro e, consequentemente, os recursos disponíveis para dividendos.

Considerações finais

A Petrobras reforçou seu compromisso com a disciplina financeira, focando em equilibrar investimentos e geração de caixa para garantir sustentabilidade a longo prazo. Embora a ausência de dividendos extraordinários possa desapontar investidores no curto prazo, a estatal aponta para uma trajetória de recuperação e fortalecimento.

O cenário do mercado de petróleo segue como principal variável a ser observada para eventuais mudanças na política de remuneração da companhia.

Fonte: Seu Crédito Digital