Orplana critica Unica e “decisões paralelas ao Consecana-SP”

ongo período de estiagem favoreceu a colheita ininterrupta de cana – Foto: Wenderson Araujo/CNA

Por meio de nota divulgada nesta quarta-feira, 26, a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) manifestou preocupação com “iniciativas recentes que buscam firmar decisões paralelas e unilaterais na revisão do Consecana-SP”, modelo utilizada para a precificação da cana-de-açúcar.

Embora não faça uma menção direta, o texto se refere ao recente acordo entre a União da Indústria da Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) e três associações paulistas, acrescentando que a entidade não foi formalmente informada da ação. “Movimentos conduzidos sem transparência ao produtor e fora do processo técnico acordado comprometem a estabilidade e a previsibilidade do setor”, complementa.

No documento, a Orplana ainda rebate acusações de que seria responsável por atrasos na revisão do Consecana. “A atuação [da associação] sempre se deu com base na participação ampla dos produtores, no rigor técnico e na defesa de um modelo equilibrado”, afirma, completando que busca “integrar o maior número possível de produtores, garantindo legitimidade às decisões”.

A entidade ainda alega que “está e sempre esteve aberta ao diálogo para finalizar o processo”, informando que a revisão se encontra em fase final.

“[A Orplana] reforça, portanto, seu compromisso com o cumprimento das regras do manual do Consecana-SP, seguindo recomendações apresentadas por auditoria independente. E segue com transparência para a construção de um Consecana-SP realmente claro e inclusivo”, declara.

De acordo com a nota, entre os riscos de decisões isoladas estão: distorção dos valores pagos ao produtor; perda de referências confiáveis para negociação; aumento da insegurança jurídica, inclusive com risco de criação de nova metodologia de validação do açúcar total recuperável (ATR); desalinhamento interno entre associações e produtores; e fragilização do sistema estabelecido.

“Apesar de discursos públicos contrários, tais ações enfraquecem a unidade do produtor, geram assimetrias de informação e comprometem a credibilidade da revisão”, resume.

Fonte: NovaCana