Opep prevê alta na demanda global de petróleo e alerta para impacto das tarifas dos EUA na economia do Brasil

Foto: Instagram/ Reprodução

O relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, divulgado nesta segunda-feira (11), detalha que a demanda global por petróleo deve aumentar em 1,3 milhão de barris por dia (bpd) em 2025, mantendo a estimativa anterior. Se o ritmo projetado se confirmar, o consumo mundial chegará a 105,14 milhões de barris diários no próximo ano.

Para 2026, a Opep elevou em 100 mil barris por dia a previsão de crescimento da demanda, que agora deve atingir 1,4 milhão de barris diários. Com isso, o volume global consumido pode alcançar 106,52 milhões de barris por dia.

Segundo o documento, os países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) devem expandir o consumo em 100 mil barris diários este ano e em 200 mil barris diários no ano seguinte. Já as nações fora da OCDE devem contribuir com alta de 1,2 milhão de barris diários tanto em 2025 quanto em 2026.

Perspectivas para a oferta global de petróleo

Em relação à oferta, a Opep não alterou a estimativa de aumento para países fora da Opep+ em 2025, mantendo o avanço em 800 mil barris diários. Estados Unidos, Brasil, Canadá e Argentina lideram as expectativas de crescimento produtivo.

Para o ano seguinte, a Opep+ revisou para baixo, em 100 mil barris por dia, a previsão de elevação da produção fora do grupo, que agora deve ser de 600 mil barris diários.

A produção total dos países fora da Opep+ deve somar 54,01 milhões de barris por dia em 2025 e 54,64 milhões em 2026.

O relatório também aponta que a produção dos membros da Opep+ aumentou 335 mil barris por dia em julho em comparação a junho, registrando média de 41,94 milhões de barris diários, conforme dados de fontes secundárias. O grupo Opep+ inclui, além dos membros da Opep, produtores como a Rússia.

Impactos econômicos para o Brasil

No mesmo documento, a organização manteve as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, prevendo alta de 2,3% em 2025 e de 2,5% em 2026.

Entretanto, a Opep alertou que as novas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras criam um risco adicional, mesmo que limitado, para a economia nacional.

Segundo o relatório, “com as exportações para os EUA representando cerca de 2% do PIB brasileiro, a redução da demanda pode reduzir o crescimento a curto prazo em até 0,4 ponto porcentual”, afirmou a Opep.

Ainda assim, a organização acredita que o Brasil poderá compensar parte do impacto tarifário negociando ou redirecionando exportações, principalmente de commodities agrícolas, metais e combustíveis, que concentram mais da metade das vendas brasileiras ao mercado americano.

A entidade ressalta que, se não houver entendimento entre os dois países, a elevação tarifária poderá afetar o crescimento econômico do Brasil no segundo semestre de 2025. Para 2026, a Opep destacou que fatores como incertezas fiscais, efeitos retardados de políticas monetárias restritivas e as mudanças na política comercial dos Estados Unidos permanecem como riscos para a economia brasileira.

A Opep manteve a previsão de inflação elevada, próxima de 5% neste ano, impulsionada pela desvalorização do real, inflação de serviços e reajustes salariais. “Em resposta, o banco central provavelmente manterá a política monetária restritiva e poderá apertar ainda mais para ‘reancorar’ as expectativas, mesmo correndo o risco de ultrapassar a meta posteriormente”, explicou a organização.

Fonte: Times Brasil