
Foto: Divulgação/ OPEP
Por Gabriela Ruddy
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciou no domingo (03/08) que vai acabar com os cortes na produção de 2,2 milhões de barris/dia de petróleo iniciados em 2023. A decisão de ampliar a produção ocorre às vésperas do prazo limite do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para o fim do conflito na Ucrânia, sob o risco de taxar os compradores de petróleo russo.
- A Opep+ afirmou em nota que a decisão de aumentar a extração em 547 mil barris/dia a partir de setembro ocorreu tendo em vista “as perspectivas para estabilidade no cenário econômico global e os saudáveis fundamentos do mercado no momento, conforme refletem a baixa nos estoques de petróleo”.
- Os volumes adicionais virão de oito membros do grupo: Arábia Saudita, Argélia, Cazaquistão, Emirados Árabes Unidos, Iraque, Kuwait, Omã e Rússia. Veja qual vai ser a contribuição de cada país.
A decisão já era esperada pelo mercado, conforme mostraram as cotações do barril no mercado internacional, que encerraram a semana passada de volta à casa dos US$ 60.
- Na sexta-feira (01/8), o Brent para outubro fechou em baixa de 2,83% (US$ 2,03), a US$ 69,67 o barril.
- O cartel favorece, assim, uma redução nos preços do petróleo e combustíveis.
A Rússia é um dos principais produtores da Opep+ e um dos países que mais deve contribuir para o aumento na produção do grupo — caso as promessas das novas taxas de Trump não se concretizem.
- O prazo de Trump para o cessar-fogo na Ucrânia vence ao fim desta semana, em 8 de agosto.
- Entretanto, a guerra se intensificou nos últimos dias, com ataques ucranianos, inclusive, a grandes refinarias e a estoques de petróleo na Rússia, em resposta a bombardeios.
Ainda não está claro se as restrições impostas pelos EUA a produtos russos inclui derivados — o que vai afetar também o Brasil, que importa diesel russo.
- Segundo o Goldman Sachs, os dois países imediatamente impactados pelas restrições seriam China e Índia, que juntos compram 3,3 milhões de barris/dia de petróleo russo, quase metade das exportações do país.
Mas a consultoria Rystad Energy ressalta que parte dos volumes russos retirados do mercado com as taxas dos EUA podem ser substituídos pela produção de outros países da própria Opep+, como também por outros grandes produtores de fora do cartel, incluindo Canadá, Brasil, Guiana e os próprios EUA.
Fonte: Eixos