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DE OLHO NO BIODIESEL – BOLETIM SEMANAL DE MERCADO DA SCA BRASIL (14/07 a 18/07/2025)
O óleo de soja registrou forte valorização na semana na Bolsa de Chicago (CBOT, na sigla em inglês), renovando máximas desde outubro de 2023. A alta foi impulsionada principalmente pela aprovação do crédito fiscal 45Z, nos Estados Unidos, e expectativas positivas para os Renewable Volume Obligations (RVOs) de 2026, que devem estimular a demanda por óleo de soja como insumo para biodiesel. A perspectiva de expansão do uso de óleo de soja na produção de biodiesel nos EUA, com mandatos mais rígidos e estímulos fiscais, continua favorecendo o segmento, mesmo diante de cortes em outras fontes de energia limpa.
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) atualizou as projeções para o complexo da soja em 2025 e resultados positivos no desempenho mensal. Em maio, o processamento alcançou 4,87 milhões de toneladas, crescendo 2,1% em relação a abril e 13,6% comparado ao mesmo mês de 2024. No acumulado do ano, o processamento chegou a 21,33 milhões de toneladas, representando alta de 5,9% na comparação anual.
Para 2025, as projeções mantêm patamares elevados com produção de soja estimada em 169,7 milhões de toneladas e esmagamento projetado em 57,8 milhões de toneladas. A produção de farelo e óleo de soja deve atingir 44,5 milhões e 11,6 milhões de toneladas, respectivamente. No cenário externo, o Brasil deve exportar 109 milhões de toneladas de soja em grãos e 23,6 milhões de toneladas de farelo, mantendo a liderança nas exportações. As exportações de óleo de soja, porém, devem recuar 3,6%, sendo reajustadas para 1,35 milhão de toneladas.
O óleo de palma também registrou forte avanço na semana, impulsionado pelo fortalecimento do óleo de soja em Chicago, e por notícias positivas da Indonésia, que indicam consumo robusto de biodiesel com a implementação da política B40 (mistura obrigatória de 40% de biocombustível no diesel). As negociações comerciais entre EUA e Indonésia também contribuíram para o otimismo, com o governo Trump anunciando redução das tarifas sobre produtos indonésios de 32% para 19%, embora o país ainda busque negociar isenções específicas para óleo de palma bruto e outras commodities.
O contrato de agosto/25 de óleo de soja negociado na CBOT fechou em 55,82 cents/libra na sexta-feira (18/07), apresentando valorização de 3,85% na semana. Já o prêmio de agosto/25 do óleo de soja em FOB Paranaguá desvalorizou 50 pontos, fechando a semana em -4,50 cents/libra. Desta forma, o flat price do óleo de soja FOB Paranaguá registrou uma valorização de 3,16%, fechando a semana a US$ 1.131/ton.

No levantamento da SCA Brasil, o mercado spot de biodiesel apresentou uma melhoria na liquidez. Na semana, registrou-se um volume de 7.800 m³, aumento superior a 5 mil m³ em relação à semana anterior, com destaques para os estados do Mato Grosso e Rio Grande do Sul, com vendas de 2.360 m3 e 2.300 m3, respectivamente. O preço médio apurado na semana foi de R$ 5.496/m³, com PIS/COFINS e sem ICMS, desvalorização de 3,7% em relação à semana anterior.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) anunciou que fechará as portas por três dias na semana para economizar recursos, como consequência de sucessivos cortes orçamentários, incluindo uma redução recente de R$ 35 milhões. Como resultado da crise, a ANP já suspendeu a fiscalização da qualidade dos combustíveis e reduziu a pesquisa semanal de preços nos postos, entre outras medidas, comprometendo significativamente suas atividades regulatórias essenciais.
Segundo o levantamento realizado entre 07/07 e 13/07 pela ANP, o preço médio negociado entre usinas e distribuidores ficou em R$ 5.401,00, com uma valorização de 1,4% em relação ao valor médio da semana anterior. A maior valorização foi na região Norte, com 2,7%, seguido pela região Sul, com 1,9%. No momento, o mercado acumula uma redução de 14,7% no ano.
Para a semana será importante acompanhar a evolução da guerra comercial de Donald Trump e os impactos da divulgação da lista de inadimplentes do programa do RenovaBio pela ANP no abastecimento nacional.