O artigo é assinado pelo engenheiro e consultor financeiro Antonio Martins e pelo ex vice-presidente do Banco Mundial, Otaviano Canuto. O texto foi publicado na edição desta quarta-feira (04/12) do jornal Valor Econômico. Segundo os articulistas, o setor automotivo enfrenta uma transformação sem precedentes, impulsionada por avanços tecnológicos, novas demandas dos consumidores e pressões ambientais. Após a pandemia, as vendas globais de veículos caíram de 97,4 milhões em 2017 para 77,6 milhões em 2020, e ainda não retornaram aos níveis anteriores. A China se consolidou como o maior mercado de veículos, com 30 milhões de unidades em 2023, desafiando as montadoras estrangeiras, que perderam competitividade nesse mercado.
Empresas como a BYD e Tesla se destacam por suas estratégias inovadoras e investimentos em pesquisa e desenvolvimento. A BYD verticaliza sua produção, garantindo eficiência e reduzindo custos, enquanto a Tesla utiliza “gigafactories” com automação e inteligência artificial para otimizar a produção. Em contrapartida, montadoras tradicionais enfrentam altos custos fixos e incertezas sobre suas lideranças, resultando na queda de suas margens de lucro.
A crescente importância dos semicondutores, considerados o novo “petróleo” da indústria, também molda a competitividade. A China investiu US$ 25 bilhões em 2024 para expandir sua capacidade produtiva nesse setor. Além disso, tensões geopolíticas entre países ocidentais e a China podem elevar custos e preços dos veículos, impactando a inflação. Para prosperar, as empresas precisam equilibrar competitividade, sustentabilidade e inovação tecnológica, adaptando-se a uma nova cultura digital que atenda a um consumidor cada vez mais exigente.
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