Mosaic prevê alta de 3% nas vendas, apesar de cautela de produtores

Para a Mosaic Fertilizantes a demanda está em linha com a de anos anteriores
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Apesar das incertezas no campo — pelos desafios climáticos e pela queda das commodities —, a Mosaic Fertilizantes espera encerrar o ano com vendas no Brasil estáveis ou com incremento de até 3% em volume, em comparação com 2023, diante das perspectivas de aumento de área plantada na safra 2024/25.

“A demanda por fertilizantes para a safra 2024/25 está, em linhas gerais, em sintonia com os volumes do ano passado. A expectativa para as vendas deste ano é repetir o volume ou até subir de 2% a 3%, em comparação com o ano passado”, afirmou Eduardo Monteiro, country manager da Mosaic Fertilizantes.

“No caso da safrinha de milho, observamos um atraso de cerca de 10% em relação à média histórica, o que pode trazer desafios logísticos, como o acúmulo de recebimento de fertilizantes em um curto período, especialmente no fim do ano”, afirmou Monteiro. Em relação à safra de soja, o executivo disse que a maior parte da venda de adubos foi feita “em momento apropriado em termos de relação de troca”.

No dia 16 deste mês, a Mosaic Company anunciou a redução na produção e nos embarques de potássio e fosfato da América do Norte, no terceiro trimestre, em função de questões operacionais e de impactos do clima adverso.

Questionado sobre o tema, Monteiro disse que a companhia busca alternativas para atender às necessidades dos clientes brasileiros, “enquanto continua investindo em suas operações para aumentar a eficiência operacional e a produtividade”.

A multinacional atribuiu a diminuição da produção de potássio a falhas em equipamentos elétricos que impactaram operações nas minas Esterhazy e Colonsay. Por isso, haverá redução de 200 mil a 300 mil toneladas na produção do insumo. No caso do fosfato, eventos climáticos reduziram em 80 mil a 110 mil toneladas. Por aqui, segundo Eduardo Monteiro, a expectativa é de aumento na produção. Sem citar números, ele disse esperar crescimento no Brasil, “em linha com a melhora na eficiência das nossas plantas produtivas”.

Desde 2023, a Mosaic investe R$ 400 milhões na instalação de uma unidade de mistura em Palmirante (TO). A expectativa é que a unidade seja inaugurada em 2025, com produção de 500 mil toneladas no primeiro ano, chegando a 1 milhão de toneladas por ano em 2028.

Segundo Monteiro, com a nova planta, a empresa vai estender o atendimento para a região do Vale do Araguaia (MT) e o norte de Goiás, além de fortalecer a presença na região do Matopiba (confluência entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). “Levando em consideração o crescimento da região, a estimativa é que volume de entregas de fertilizantes atinja a marca de 9,3 milhões de toneladas entre 2025 e 2032”, afirmou Monteiro.

A unidade está sendo construída dentro da área do Terminal Integrado de Palmeirante, administrado pela VLI Moltimodal, em parceria com a Companhia Operadora Portuária do Itaqui (Copi), e vai integrar a ferrovia com o porto de Itaqui, em São Luís (MA).

Com a mudança logística, segundo o executivo, a empresa vai tirar de circulação pelo menos 27 mil caminhões por ano no transporte de matéria-prima importada, tornando a operação mais sustentável. A área administrativa também vai ser abastecida por painéis solares.

No ano passado, a Mosaic também investiu R$ 800 milhões para ampliar o beneficiamento de potássio em 50% no complexo de Taquari-Vassouras, Em Rosário do Catete (SE), para 450 mil toneladas por ano.

Também estreou em março no mercado de insumos biológicos no Brasil com a divisão Biosciences, voltada à área de bionutrição (inoculantes, biofertilizantes, bioestimulantes). A meta é atingir um faturamento de US$ 100 milhões com a divisão em 2030.

A gigante de insumos não divulga dados de faturamento no Brasil, mas números globais das operações mostram queda nas vendas no acumulado dos meses de julho e agosto de 2024. Na última quinta-feira, a empresa informou que a comercialização de fertilizantes nos dois meses teve uma queda de 8,18% nos volumes na comparação interanual, para 1,85 milhão de toneladas. O recuo no faturamento foi maior, de 22,9%, para US$ 886 milhões. Em 2023, a receita nos meses de julho e agosto havia sido de US$ 1,15 bilhão.

Fonte: Globo Rural