Na primeira quinzena de setembro, as unidades produtoras da região Centro-Sul processaram 42,93 milhões de toneladas ante a 41,90 milhões da safra 2023/2024 – o que representa crescimento de 2,46%. No acumulado da safra 2024/2025 até 16 de setembro, a moagem atingiu 466,26 milhões de toneladas, ante 448,55 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo anterior.
Ao término da quinzena, permanecem em operação 259 unidades no Centro-Sul, sendo 240 unidades com processamento de cana-de-açúcar, nove empresas que fabricam etanol a partir do milho e dez usinas flex. Nessa quinzena, uma unidade encerrou a moagem. No ciclo anterior em mesma data, nenhuma usina havia terminado seu período de processamento.
Em relação à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na primeira quinzena de setembro foi de 159,52 kg por tonelada de cana-de-açúcar, contra 153,41 kg por tonelada na safra 23/24 – variação positiva de 3,98%. No acumulado da safra, o indicador marca o valor de 139,35 kg de ATR por tonelada (+0,43%).
Produção de açúcar e etanol
A produção de açúcar na primeira quinzena de setembro totalizou 3,123 milhões de toneladas, praticamente a mesma produção registrada em igual período na safra 2023/2024 (3,126 milhões de toneladas). No acumulado desde o início da safra até 16 de setembro, a fabricação do adoçante totalizou 30,29 milhões de toneladas, contra 29,27 milhões de toneladas do ciclo anterior (+3,49%).
A proporção de cana-de-açúcar direcionada para a fabricação do adoçante continua sendo prejudicada pela qualidade da matéria-prima e apresentou retração significativa na primeira metade de setembro, alcançando apenas 47,86% da matéria-prima utilizada na produção de açúcar neste ano, ante 51,04% registrada na mesma quinzena da safra anterior.
O diretor de Inteligência Setorial da UNICA, Luciano Rodrigues, esclarece que “apesar de ter sido registrado 6kg a mais de ATR por tonelada de cana processada na primeira quinzena de setembro, o teor de sacarose por tonelada é praticamente o mesmo observado em mesmo período do ciclo anterior, visto que a pureza do caldo caiu em mais de 2 pontos percentuais na comparação com o mesmo período de 2023”.
O executivo da UNICA explica que no acumulado da safra, de abril a agosto, foi possível observar um aumento de 11% na quantidade de açúcares redutores na comparação com o índice registrado no ano anterior. “A condição climática desfavorável observada desde o último verão, os incêndios recentes que impactaram a lavoura e a colheita de cana processada fora do cronograma inicialmente previsto estão entre os principais fatores responsáveis por esse cenário nas últimas semanas”, acrescentou Rodrigues.
Na primeira metade de setembro, a fabricação de etanol pelas unidades do Centro-Sul atingiu 2,43 bilhões de litros, sendo 1,60 bilhão de litros de etanol hidratado (+26,66%) e 833,77 milhões de litros de etanol anidro (-3,90%). No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação do biocombustível totalizou 22,95 bilhões de litros (+8,15%), sendo 14,66 bilhões de etanol hidratado (+17,88%) e 8,29 bilhões de anidro (-5,62%).
Do total de etanol obtido na primeira quinzena de agosto, 14% foram fabricados a partir do milho, registrando produção de 336,06 milhões de litros neste ano, contra 285,33 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2023/2024 – aumento de 17,78%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 3,47 bilhões de litros – avanço de 26,01% na comparação com igual período do ano passado.
Vendas de etanol
Nos primeiros quinze dias de setembro, as vendas de etanol totalizaram 1,32 bilhão de litros, o que representa um ligeiro aumento de 0,70% em relação ao mesmo período da safra 2023/2024.
No mercado interno, o volume de etanol hidratado vendido pelas unidades do Centro-Sul totalizou 811,22 milhões de litros, aumento de 2,04% em relação ao mesmo período da safra anterior. A venda de etanol anidro, por sua vez, atingiu a marca de 475,50 milhões de litros, avanço de 3,64%.
No acumulado da safra 24/25, a comercialização de etanol pelas unidades do Centro-Sul somou 16,21 bilhões de litros, registrando crescimento de 16,76%. O volume acumulado de etanol hidratado totalizou 10,52 bilhões de litros (+32,61%), enquanto o de anidro alcançou 5,69 bilhões de litros (-4,37%).
Mercado de CBios
Dados da B3 até o dia 23 de setembro indicam a emissão de 30,03 milhões de créditos em 2024 pelos produtores de biocombustíveis. A quantidade de CBios disponível para negociação em posse da parte obrigada, não obrigada e dos emissores totaliza 29,60 milhões de créditos de descarbonização.
“Somando os CBios disponíveis para comercialização e os créditos já aposentados para cumprimento da meta de 2024, já temos mais de 86% dos títulos necessários para o atendimento integral da quantidade exigida pelo Programa para o final deste ano”, destacou o diretor da UNICA.
Fonte: UNICA