O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) publicaram, nesta quarta-feira (21/8), o Caderno de Preços Internacionais do Petróleo e seus Derivados, parte integrante do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034. O documento fornece cenários detalhados e atualizados que visam orientar decisões estratégicas para o setor energético brasileiro, abordando a evolução dos preços até o ano de 2034.
A evolução projetada é fundamental para avaliar a competitividade de fontes de energia e tecnologias alternativas, com impactos diretos sobre segurança energética, acessibilidade e emissões. No longo prazo, como mostra o documento, a indústria mundial do petróleo, sobretudo produtores independentes, necessitará se adaptar a uma eventual realidade de aumento da carga tributária e menores opções de financiamento. De qualquer forma, a demanda por petróleo continuará crescente até a década 2030.
“Este trabalho representa um esforço conjunto para esclarecer as dinâmicas dos preços de petróleo e derivados em um mundo de constante mudança. Por meio dele, visamos não apenas fornecer informações relevantes, mas também contribuir para um planejamento energético mais robusto e estratégico, essencial para o futuro do país, que será próspero para brasileiras e brasileiros”, comentou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
No estudo, fica evidenciada uma trajetória de estabilidade relativamente moderada nos preços do petróleo, com média prevista de US$ 84 por barril até 2025. Essa projeção ocorre em meio a tensões geopolíticas que incluem conflitos como a guerra na Ucrânia e tensões no Oriente Médio, além de impactos de sanções que afetam a produção de países como a Rússia. Os especialistas da EPE alertam que, apesar do crescimento da produção não-Opep, a Opep+ continuará a exercer influência significativa sobre o mercado.
O petróleo no contexto da transição energética
O caderno mostra ainda que a demanda global por derivados de petróleo deve seguir firme devido ao crescimento global no curto prazo, havendo impactos da transição energética nos derivados de formas distintas no longo prazo. A demanda por gasolina deve começar a declinar, enquanto a de óleo diesel ainda tende a crescer, especialmente pela dificuldade de viabilizar investimentos em segmentos de difícil descarbonização e tecnologias e fontes alternativas em países em desenvolvimento.
“Na visão da EPE, a gestão de um segmento upstream de óleo e gás natural associado à transição para um portfólio de energia de baixa emissão de carbono, em um contexto de disciplina de capital, será desafiador, enquanto os governos – em especial o Brasil – buscarão garantir a segurança do abastecimento energético, de forma acessível e sustentável”, assinalou o presidente da EPE, Thiago Prado.
O estudo destaca que a demanda por petróleo se recuperou significativamente após a pandemia, com um crescimento de 2,6% em relação ao ano anterior, somando 100,2 milhões de barris por dia. O Oriente Médio é responsável por 41% das exportações de petróleo, um dado crucial em um contexto de flutuações políticas e econômicas globais.
Fonte: Gov.Br