Reportagem do jornal Valor Econômico traz questionamentos do setor de transportes de carga em relação ao percentual de biodiesel atualmente praticado pela Petrobras, maior fornecedora de diesel do mercado brasileiro às distribuidoras.
Neste mês de março, o percentual chegou a 14%. “Os veículos vendidos e em circulação não estão preparados para este percentual de biodiesel”, diz Lauro Valdivia, assessor técnico da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), na reportagem. “A mudança na característica do combustível deve acarretar aumento do custo de manutenção e uma maior chance de acontecer uma pane no motor”. Valdivia defende uma outra saída para diminuir as emissões de CO2, isso em relação ao óleo S500 que poderia banido do mercado, por ser mais poluente, permitindo apenas o S10.
Outros aspectos, tais como a tributação federal sobre o diesel, que voltou este ano, bem como o ICMS, no âmbito estadual, impactam no preço final do frete. A troca de frota por veículos mais econômicos é descrita como uma das saídas de médio prazo para o setor, segundo Valdívia.
Na reportagem, entretanto, Marcus D’Elia, sócio da consultoria Leggio, analisa que a elevação de preço esperada para o diesel, por causa das reonerações, é de 0,6%. “É um percentual insuficiente para afetar significativamente os custos da operação de transporte, pois não deve impactar o preço dos fretes”, afima.
Outros aspectos, tais como a análise do relatório “Perspectivas para o Mercado Brasileiro de Combustíveis no Curto Prazo”, lançado em fevereiro pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), prevê uma retração na demanda de óleo diesel total no primeiro semestre de 2024. Isso derivada da redução no escoamento da safra de grãos e das condições climáticas adversas nos últimos meses, que afetaram a produção de soja e milho no Centro-Oeste. A análise também prevê uma reversão do quadro para 2025, com a expectativa de aumento de 3,5% nas demandas por óleo diesel.
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