Mesmo com perspectiva de queda de quase 10% na safra 2024/25 da cana-de-açúcar, não deve faltar produto no mercado. A projeção é do diretor da União da Indústria de Cana de Açúcar e Álcool (Unica), Luciano Rodrigues.
À EPTV, afiliada da TV Globo, ele disse que isso acontece porque a região de Ribeirão Preto está bem abastecida, muito por conta da safra recorde 2023/24, que termina no dia 31 de março.
“O estoque das usinas é maior do que o estoque da safra passada. Nós estamos falando de uma condição climática que pode impactar um pouco a safra desse ano, mas a expectativa é que ela continue sendo maior do que a safra, por exemplo, de 2021/22. É 2023 que, de fato, foi excepcional”, afirma.
Responsáveis por mais de 90% da produção brasileira, as indústrias da região Centro-Sul devem moer 592 milhões de toneladas de cana-de-açúcar até abril do ano que vem, de acordo com expectativas do setor.
A safra 2023/24, por sua vez, deve terminar com 656 milhões de toneladas moídas. “Foi uma safra recorde, excepcional em termos de produção. Nós devemos processar, aqui no Centro-Sul, mais de 650 milhões de toneladas de cana de açúcar”, diz Rodrigues.
Segundo o diretor da Unica, mesmo com expectativa de queda, a safra 2024/25 continua sendo boa. “É uma safra com volume suficiente para atender todo o volume de etanol e combustível no Brasil. O preço do etanol é super convidativo. Desde o início do segundo semestre do ano passado, está muito abaixo do preço da gasolina na maior parte do mercado consumidor no estado de São Paulo. A diferença é muito grande”, observa.
Na semana passada, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP) registrou diferença superior a R$ 2,20 entre etanol e gasolina. “O consumidor está optando pelo biocombustível desde o início do segundo semestre do ano passado e, especialmente agora, tem uma economia significativa na hora de abastecer”, completa.
Diminuição da produção
No começo de março, a consultoria agrícola Datagro apontou diminuição da produção de açúcar e etanol por conta da queda da safra para o próximo ano, mas reforçou que, apesar das reduções, haverá pouco impacto na oferta de produto.
A fabricação de açúcar deve cair das 42,5 milhões de toneladas esperadas para 2023/24 para 40,4 milhões de toneladas em 2024/25. Já o etanol deve passar de 33,5 bilhões de litros na temporada que está se encerrando para 30,4 bilhões de litros na safra que começa no dia 1º de abril.
Fonte: RPANews